sexta-feira, 30 de março de 2012

A HORA DO PLANETA VEM AI...


Earth Hour - A HORA DO PLANETA VEM AI...
Sábado, dia 31 de março, das 20h30 às 21h30. Apague as luzes e participe da Hora do Planeta 2012.

A Hora do Planeta é um ato simbólico, promovido no mundo todo pela Rede WWF, no qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante sessenta(60min) minutos.

No mundo todo e na sua cidade, empresa, casa... Em 2011, mais de um bilhão de pessoas em todo mundo apagaram as luzes durante a Hora do Planeta.





quinta-feira, 29 de março de 2012

Pesquisa avalia resultado das águas brasileiras


No Dia Mundial da Água (22/3), a SOS Mata Atlântica apresenta resultados de análises de água em 11 Estados brasileiros

Foram avaliadas amostras de Estados do CE, PI, BA, SP, MG, ES, RJ, MS, RS, PR e SC

Rios de 11 Estados brasileiros foram analisados pela equipe do projeto itinerante “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”, da Fundação SOS Mata Atlântica. No total, foram realizadas 49 avaliações, de janeiro de 2011 a março de 2012. Entre os rios avaliados, nenhum obteve resultado satisfatório. A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões, Natura e Volkswagen Caminhões & Ônibus.

Dos 49 corpos d’água monitorados, 75,5% foram classificados como “regular” e 24,5% no nível “ruim”. Nenhum dos pontos de coleta conseguiu a soma necessária para alcançar os níveis “bom” ou “ótimo”.

As análises que tiveram o melhor resultado foram as do Rio Santa Maria da Vitória, em Vitória (ES); Rio Paraíba do Sul, em Resende (RJ); Bica da Marina, em Angra dos Reis (RJ); Arroio Jupira, em Foz do Iguaçu (PR); e do Rio Camboriú, na cidade de Balneário Camboriú (SC), todas com 33 pontos.

Os resultados mais baixos ficaram para os rios Criciúma, na cidade de Criciúma (SC), com 23 pontos, e o Itapicuru Mirim, em Jacobina (BA), com 24 pontos.

“Desde maio de 2009 o projeto tem realizado análises como estas e ainda não chegamos a um rio classificado ao menos como bom. Se compararmos os resultados atuais com os anteriores, verificamos que não há grandes mudanças, o que mostra a necessidade de ações que contribuam para a conservação e a melhoria da qualidade de nossas águas”, disse Malu Ribeiro, coordenadora do Programa Rede das Águas, da SOS Mata Atlântica.


Análises
A cada semana, o projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante” visita uma cidade diferente e promove atrações gratuitas com a população local. Entre as atividades está a seleção de um ou mais corpos d’água locais para serem analisados. Essas avaliações têm o objetivo de checar a qualidade dos rios, córregos, lagos e outros corpos d’água das cidades e, desta forma, alertar a população sobre a real situação do local onde vive. Para realizar a análise, a equipe conta com um kit de monitoramento desenvolvido pelo Programa Rede das Águas da própria ONG.

O kit classifica a qualidade das águas em cinco níveis de pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos). Os níveis de pontuação são compostos pelo Índice de Qualidade da Água (IQA), padrão definido no Brasil por resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), obtido pela soma da pontuação de 14 parâmetros físico-químicos, biológicos e de percepção, avaliados com auxílio do kit.

Em cada análise são avaliados a temperatura, turbidez, espumas, lixo, odor, peixes, larvas e vermes brancos ou vermelhos, coliformes totais, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, potencial hidrogeniônico, níveis de nitrato e de fosfato. Cada um destes parâmetros pode acrescentar de um a três pontos, obtendo o mínimo de 14 e máximo de 42 pontos.

Principais alterações de resultados
O ano de 2011 marcou o início do terceiro ciclo anual do projeto itinerante da SOS Mata Atlântica. Neste ciclo, a exposição revisitou algumas cidades e realizou uma nova coleta de água em rios já avaliados pela equipe. Alguns destes resultados tiveram grandes alterações, como é o caso do Córrego Bom Retiro, em Londrina (PR); do Rio Tietê, em Itu (SP); e do Rio Santa Maria da Vitória, Vitória (ES), que ganharam sete pontos em suas análises e passaram da classificação “ruim” para a “regular”.

Outras avaliações com grandes alterações foram as dos rios Criciúma, em Criciúma (SC), que perdeu cinco pontos, e Paquequer, em Teresópolis (RJ), com quatro pontos a menos. Ambos caíram da classificação “regular” para “ruim”.

“A água é essencial para a vida. Não podemos tratá-la como se fosse uma lata de lixo onde jogamos nossos esgotos e o que simplesmente não queremos mais. O cuidado com os recursos hídricos deve ser feito por todos”, destaca Malu. Uma grande preocupação é com relação à proposta de alterar o Código Florestal, que está atualmente na Câmara. O texto coloca em risco esses importantes ambientes ao propor a consolidação de ocupações irregulares em manguezais ocorridas até 2008, consolidar ocupações urbanas nessas áreas e permitir novas ocupações, sendo 35% em manguezais do Bioma Mata Atlântica e 10% na Amazônia.

Fonte: S.O.S mata Atlantica

Por: Monique Serrano- Ambientalista


fotos:Rogério Nogueira

quinta-feira, 22 de março de 2012

Dia Mundial da ÀGUA...


Mar Portuguêz
Ó MAR SALGADO, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão resaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosse nosso, Ó MAR!!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Fernando Pessoa (Portugal – 1888 – 1935)
por: Monique Serrano - ambientalista

sexta-feira, 16 de março de 2012

Câmara Aprova Projeto para Classificação de Especial do Rio Itamambuca...

SURFISTAS E MORADORES DE ITAMAMBUCA  (UBATUBA) CONSEGUEM APROVAÇÃO DE PL PARA QUE O RIO ITAMABUCA  PASSE PARA RIO DE CLASSE ESPECIAL.


Moradores organizados nas associações que compõem a bacia hidrográfica do Rio Itamambuca e Puruba, localizados em Ubatuba (SP), mobilizam-se para a aprovação do Projeto de Lei que enquadre seus rios em Classe Especial de Uso, com relevante interesse à balneabilidade.

As classes de uso são definidas de acordo com a Resolução Conama 357/2005 e suas alterações. Na classe especial, não são tolerados lançamentos de águas residuárias, domésticas e industriais, lixo e outros resíduos sólidos, substâncias potencialmente tóxicas, defensivos agrícolas, fertilizantes químicos e outros poluentes, mesmo tratados.

Isso porque são águas destinadas ao abastecimento doméstico, à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas e à recreação de contato primário (natação, stand up paddle, mergulho, entre outros).

É esse o caso dos rios Itamambuca e Puruba, que contam com um uso diferenciado para natação, recreação, mergulho, entre outras atividades, praticadas por crianças, jovens, adultos e idosos. No entanto, hoje esses rios estão enquadrados na classe 2, ou seja, podem receber águas residuárias, que transportam uma quantidade apreciável de materiais poluentes, capazes de comprometer não só toda a fauna e flora, mas também a balneabilidade.

A mudança de enquadramento é essencial à defesa da qualidade da água desses rios, de modo a assegurar seus usos preponderantes, assim como a saúde e o bem-estar da população e o equilíbrio ecológico aquático.

Uma década de luta Na bacia do rio Itamambuca, as discussões sobre a qualidade das águas vêm ocorrendo desde 2002, ano em que a praia apresentou a primeira bandeira vermelha da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).

Recentemente, foi aprovado um projeto de implantação de sistemas transitórios de tratamento de esgoto, via Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO), para o Recanto da Vila. O bairro encontra-se em processo de regularização fundiária, situação que facilitará ainda mais o desenvolvimento de projetos ambientais para a bacia.

As associações locais reúnem-se mensalmente para discutir os projetos prioritários a serem desenvolvidos na bacia, dentro do PGA (Plano de Gestão Ambiental), instrumento de convergência de ações de interesse público, cuja finalidade é a melhoria das condições ambientais da comunidade, com foco na despoluição do Rio Itamambuca.

Na bacia do rio Puruba, uma mobilização das associações de bairro resultou na aprovação de um projeto, também financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos, cujo objetivo é a instalação de 152 unidades unifamiliares de tratamento de esgoto (fossa-filtro-sumidouro). Aprovado em 2009, o projeto encontra-se em execução e já atendeu cerca de 60% da bacia.

A proposta de alteração do enquadramento dos rios Itamambuca e Puruba é mais um esforço da comunidade para preservar a qualidade de vida.

O projeto de lei está pronto e a votação acontece nesta terça-feira, às 20 horas, na Câmara Municipal de Ubatuba.

“Este ano conseguimos melhorar a qualidade do Rio Itamambuca com uma somatória de ações. Todos que participaram estão de parabéns. Ficou evidente que a união faz a diferença, então é o momento de consolidarmos esta conquista”, afirma José Carlos Rennó, o Zecão, proprietário da principal escola de surf de Itamambuca.

"Não queremos lançamentos de efluentes, extrações de areia, grandes empreendimentos. Este patrimônio é de todos. Então vamos nos mobilizar e exigir que o Legislativo promova o Rio Itamambuca para uma Classe Especial, diferente dos demais, garantindo sua qualidade. Vamos divulgar e pedir o apoio geral  para este projeto”, finaliza o proprietário da Escola Zecão de Surf.
 Fonte: Waves.com.br

sexta-feira, 2 de março de 2012

A Era do Homem sobre a Terra

A Era do Homem sobre a Terra
O impacto do homem no planeta é tão grande que pesquisadores já discutem se entramos em uma nova Era Geológica



Por Enio Rodrigo
Pegada humana
“Antes, considerava-se que as grandes transformações no planeta Terra eram causadas pela natureza. As Eras Geológicas eram marcadas por mudanças bruscas de temperatura, impacto de corpos celestes ou extinção de toda uma espécie. Mas, nos últimos séculos – o que para a Geologia é um espaço muito curto de tempo –, a ação do homem sobre a natureza impactou tanto ou mais do que esses grandes desastres naturais”, explica João Batista Matos de Andrade, ex-presidente e atual conselheiro da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas).
“Para se ter uma ideia”, continua o geólogo, “no último ano a nossa existência causou mais mudanças no planeta e na natureza do que a soma dos tsunamis, vulcões, furacões, terremotos e outros desastres naturais de grande escala no mesmo período”. 
Andrade aponta que esse impacto do homem tem como causa dois fatores básicos, mas que estão presentes praticamente desde o início da nossa civilização: a agricultura e os assentamentos urbanos. “Para cada quilo de alimento cultivado, entre seis e dez quilos de solo sofrerão erosão em decorrência desse processo”, calcula.
Os agrotóxicos utilizados no cultivo de alimentos impactam ainda os recursos hídricos. O ciclo alimentar dos animais contribui para o aumento do desmatamento e, por conta da remoção da cobertura natural original, pode modificar o clima e a umidade de uma determinada região. Isso, depois, também se reflete no padrão pluviométrico – periodicidade e intensidade das chuvas. Perceba-se que nessa descrição não é citada a modificação da topologia (para deixar o solo mais fácil de ser cultivado) e nem o restante do ciclo da agricultura, que inclui o processamento dos alimentos, por exemplo.
Cidade e problemas
 
“O que precisamos ter em mente, e isso precisaria ser um processo de educação constante, é que nenhum problema que causamos é isolado. O rio assoreado que passa pela cidade grande e causa alagamentos é consequência da erosão do solo em alguma parte do seu curso. As partículas de terra ou areia vieram de algum lugar. E se agora um determinado rio causa um alagamento, e antes não, é porque houve algum desequilíbrio. É essa a lógica que precisamos observar”, diz Ronaldo Malheiros Figueira, coordenador do curso de Geologia da UniSant’Anna e coordenador de Ações Preventivas e Recuperativas (Capr) da Defesa Civil da cidade de São Paulo.
“No caso das encostas”, explica Figueira, “que todos os anos provocam grandes estragos, perdas materiais e de vidas, a lógica também se aplica. Primeiro porque as cidades não têm planos diretores eficazes, nem mapeamento do tipo de solo nessas áreas. O poder público não fiscaliza a ocupação do solo e, em locais já ocupados indevidamente,  não se verifica se existem áreas permeáveis, que ajudariam a escoar a água e diminuir os desmoronamentos”. 

O lixo é outra questão importante nas cidades e, surpreendentemente, inverte uma questão muito “pequena”: a cadeia alimentar dos ratos. “Ratos não são animais típicos das cidades. Em algum momento, eles chegaram e encontraram abundância de comida e nenhum predador natural, ou seja, os surtos de leptospirose que ocorrem durante as enchentes têm sua gênese no problema do lixo, falta de coleta e tratamento adequado. É uma sequência de ações humanas vistas de forma isolada pela maioria das pessoas”, expõe Figueira.
“Isso tudo deve ser visto como um plano só: o impacto do homem é contínuo e não isolado. A mitigação dos problemas deveria seguir os mesmos moldes e não atacar somente o resultado. Desocupar as encostas e forçar a população que mora ali ir para outro lugar só causa novos problemas. Proibir que se jogue lixo nos rios, mas não conscientizar a população e fornecer uma alternativa adequada também não funciona. Precisamos descobrir como resolver o problema como um processo global”, afirma o especialista.
Reversão
Figueira, entretanto, aponta que reverter completamente os resultados atuais da ação do homem é quase impossível. “O mais importante é pensar em modos de diminuir o impacto atual e de projetar os próximos passos de forma adequada. Respeitar a natureza – isso quer dizer respeitar as leis básicas da natureza, entender como ela se organiza e identificar os processos em curto, médio e longo prazo”, esclarece.
Entre esses processos de longo – ou longuíssimo – prazo está a poluição gerada pelos carros e indústrias. As partículas de poeira e metais pesados que saem dos escapamentos dos carros chegam à atmosfera e tornam as chuvas mais ácidas, comprometendo a flora, a fauna, e chegando até os rios e mares. Os detritos produzidos pela indústria também causam problemas similares. Por isso, mesmo longe de grandes centros poluidores, locais como as faixas costeiras são impactadas fortemente nesse processo. Isso sem esquecer que, quando falamos de poluição, também nos referimos aos gases que contribuem para o aquecimento global, a hipótese mais aceita pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) na Organização das Nações Unidas (ONU) e que indica que as variações e o aumento da temperatura da Terra são decorrência direta da ação do homem. 
Litoral
As regiões costeiras, no mundo todo, são as que mais sofrem com o impacto do homem. Historicamente, essas sempre foram as mais povoadas. Também por questões históricas, houve um menor cuidado com o saneamento básico e com a proteção da fauna e flora originais, com raríssimas exceções.
“Posso citar um caso claro de como isso modificou a região litorânea paulista: há mais de 40 anos certa vegetação marinha havia desaparecido. O ‘sargaço’, alga tão típica do mar, só voltou a aparecer há pouquíssimo tempo”, relata Sidney Fernandes, biólogo e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Santos, SP. “Isso é um indicador de que algumas ações tomadas há anos – incluindo tratamento de água e esgoto – estão dando algum resultado”, comemora.

Para Fernandes, a fauna e a flora marinhas são extremamente sensíveis e, portanto, quando algo está errado, elas são as primeiras a sentirem. “Os corais, por exemplo, só se formam em determinadas condições. Uma variação de um grau Célsius na temperatura da água do oceano pode acabar com uma população inteira de corais, fenômeno que já observamos em algumas partes do planeta”, informa.
No Brasil, segundo o pesquisador, megaobras como a construção do porto de Suape, no Maranhão, criaram situações antes conhecidas apenas em filmes estrangeiros: ataques de tubarão são resultados claros da mudança da paisagem debaixo das águas litorâneas daquela região. Quanto à usina hidrelétrica de Belo Monte, outra construção gigante, pouco se sabe realmente o quanto ela pode modificar a região no entorno.
“A natureza passou a ser exercício da vivência humana. A impressão que temos é de que controlamos tudo, mas não é bem assim. A ciência e a tecnologia não dão conta de inverter muitos dos processos que elas criam atualmente. E isso deveria ser um sinal de alerta para nós, humanos”, observa Fernando Gandini, um dos coordenadores do Projeto Maramar, uma Organização Social Civil de Interesse Público (Oscip) que atua no litoral paulista.

“É bom lembrar que mais do que agente da mudança geológica, o homem vem impactando a biosfera do planeta. E o estrago já está em andamento. A única coisa que podemos fazer agora é mitigar os riscos e tentar diminuir nosso impacto no planeta. Isso só se consegue conscientizando as pessoas. Não há outra saída a não ser mudando nossos hábitos de consumo e de vida”, finaliza Fernando Gandini.
Fonte: Parte do artigo foi publicado não site da UNI VESP
fotos:Rogério Nogueira