sábado, 17 de agosto de 2013

Calcule suas Food Miles


Calcule suas Food Miles
                            FOOD MILE  é a distância que os alimentos percorrem entre o local de produção e o ponto de consumo.
 
POR MONIQUE SERRANO – AMBIENTALISTA
 
Você pode imaginar que pesadelo seria se toda vez que você ficasse com fome precisasse viajar até outro lado do planeta antes de sentar para fazer a refeição?
Por mais absurdo que possa parecer, não nos importamos com o fato de que grande parte dos alimentos que consumimos tenha de fazer esse mesmo trajeto para chegar até nós.
Do produtor á sua mesa, uma refeição comum percorre cerca de 1.500 mil km. Cada ingrediente – carne, peixe, legumes e verduras, temperos, ovos, leite, frutas, grãos – é transportado por terra ou pelo ar do produtor até o local de venda, queimando combustível. Acrescente os gases do efeito estufa gerados pela produção e distribuição de fertilizantes, antibióticos, pesticidas e coisas de gênero – sem falar na destruição que provocam no meio ambiente - além do papel, do plástico e do alumínio usados nas embalagens, bem como seu descarte, e você terá um panorama geral.
Por que os alimentos que você consome deveriam acumular uma milhagem maior que a sua? Por que não adquiri-los perto de sua casa? Faça um acompanhamento de suas Food Miles e procure reduzi-las. Um “locavore” [1] não come nada que tenha sido cultivado a mais de 170 km de distância de sua mesa. Um verdadeiro locavore não usa nem mesmo um prato fabricado a mais de 170 km de distância. Portanto, antes de comprar o próximo saco de laranjas no meio do inverno, considere a possibilidade de adquiri-los mais perto de sua casa.
 
RAZÕES PARA REDUZIR SUAS FOOd MILES
*      Proporcionar aos agricultores da região e ás economias rurais uma chance de disputar o mercado.
*      A agricultura em larga escala depende de combustíveis fósseis, esgoto e solo e polui os cursos d’água.
*      No caso de alimentos transportados por longos períodos perdem vitaminas e ganham materiais contaminantes.
*      Os sistemas de produção dispersos deixam os alimentos vulneráveis ao agroterrorismo.
*      É mais fácil evitar salmonela, e.coli e outros tipos de contaminação.
*      Alimentos mais saborosos.




uma alface proveniente da Califórnia e consumida em N.Y consome 40x seu valor calórico em combustível fóssil para que seja produzida e embarcada.


a produção de cerca de 38L de suco de laranja na Flórida exige quase 4L de óleo diesel e cerca de 833L de água para irrigação, processamento e transporte para os estados do Norte.



custa o equivalente a 11.150kcal de energia para que um abacaxi de aproximadamente 900g produzido no Havaí seja transportado de avião para Des Moines.


uma refeição convencional gera de 4 a 17x mais emissões de gases do efeito estufa do que uma refeição produzida localmente.

Fonte: manual live earth de sobrevivência ao aquecimento global. Autor:  David de Rothschild


[1] Locavore é um termo introduzido por ocasião do dia do meio ambiente, em 2005, para descrever e promover a prática se seguir uma dieta constituída de alimentos colhidos dentro de uma área com um raio de aproximadamente 170 km.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

SOBREVIVER COM CORAGEM EM UM PARAÍSO SITIADO


Paraíso sitiado

O drama dos índios Awá e a resistência de seu povo que tenta impedir a ação criminosa de madeireiros na Reserva Biológica Gurupi, onde o território indígena já perdeu 30% de sua paisagem original.
                                                         Floresta Amazônica no território Maranhense

Sobreviver com coragem
Piraima’a (à esquerda) e seu pai (Pirama’a) mostram marcas feitas por madereiros que invadem a floresta para cortar ilegalmente árvores em terras indígenas. Esse tipo de árvore (Tabebuia) tem alto valor no mercado, mas é também sagrada para os Awá.
 
Considerados um dos últimos povos caçadores e coletores do planeta, os poucos mais de 400 Awá que povoam o que restou da Floresta Amazônica no Maranhão vivem o momento mais decisivo de sua sobrevivência: impedir que grileiros, posseiros e madeireiros destruam o seu mais valioso bem. É das árvores e da mata densa situadas na Reserva Biológica do Gurupi, de onde tiram o seu alimento, a sua certeza de amanhã poderem garantir a continuação de seu povo, de sua gente. Eles não querem nada mais do que a garantia do governo federal de que não terão o seu terrítório devastado pela ganância do homem branco, que avança a passos largos em busca de madeira nobre.

 


Apesar de sua terra já estar demarcada, homologada e registrada com 116.582 hectares pela União, eles enfrentam uma ameaça real de assistir à destruição da floresta da qual são tão dependentes e de onde tiram o sustento de seus filhos. Ainda que a Justiça já tenha determinada a retirada desses 'intrusos' ou não índios, como define a Funai, os Awá temem pela própria sorte, se afirmam em sua coragem e não vacilam quando veem sua resistência em xeque. "Não temos medo. Vamos resistir", dizem em discursos emocionados.


Pesquisa:
Por Monique Serrano - ambientalista.
fonte: arquivo o Globo