quinta-feira, 31 de março de 2011

CURITIBA ,exemplo de sucesso na administração de àreas verdes!!!

Curitiba aumentou espaço verde de 1m²/pessoa para 51,5m²/pessoa
Curitiba, junto com outras dez cidades ao redor do mundo, foi apontada como um modelo de sucesso de administração de áreas verdes a ser seguido na Grã-Bretanha - onde foi inventado o conceito de parque público, em 1843.
O elogio a Curitiba foi feito pela Comissão para Arquitetura e Ambiente Construído (CABE, na sigla em inglês), que prestou assessoria para o governo britânico na redação do levantamento Is the grass greener...?
Learning from international innovations in green space management (A grama é mais verde...? Aprendendo com inovações internacionais na administração do espaço verde).
Os britânicos, que aproveitaram os buracos no solo causados pelas bombas na Segunda Guerra Mundial para criar parques, foram buscar exemplos de cidades que enfrentaram dificuldades na área de urbanização e conseguiram superá-las.
A idéia é adaptar tais soluções para cidades da Grã-Bretanha, que, segundo a CABE, sofreram um "largo declínio e negligência" em suas áreas verdes nos últimos anos.
Semelhança
Para quem conhece espaços como Hyde Park, Regent’s Park ou Richmond Park, em Londres, é díficil acreditar que os parques ingleses estejam descuidados, embora, como informa o CABE, o investimento em parques na Grã-Bretanha tenha caído em 1,3 bilhão de libras (R$ 7,2 bilhões) desde 1979.
"Concordo que a qualidade dos parques em Londres é incrivelmente alta", disse Rachael Easton, pesquisadora da CABE, à BBC Brasil. "No entanto, enfatizamos também a necessidade de melhorar o espaço público no nível local."
Cidades pesquisadas pela CABE
Aarhus (Dinamarca)
Curitiba (Brasil)
Groningen (Holanda)
Hanover (Alemanha)
Malmo (Suécia)
Melbourne (Austrália)
Minneapolis (Estados Unidos)
Paris (França)
Tóquio (Japão)
Wellington (Nova Zelândia)
Zurique (Suíça)

Rachael afirma que o mais surpreendente na pesquisa foi ter encontrado nas 11 cidades problemas semelhantes aos enfrentados na Inglaterra.
Melbourne, na Austrália, por exemplo, conseguiu financiar o desenvolvimento e a manutenção de seus parques cobrando das propriedades comerciais, domésticas e industriais uma "taxa do parque", garantindo a receita para o espaço verde.
Em Wellington, na Nova Zelândia, um esquema de aprendizagem doméstica ajudou a treinar os funcionários dos parques e a desenvolver uma maior lealdade entre eles.
Já em Curitiba, diz Rachael, a principal dificuldade foi lidar com a pressão populacional. Desde os anos 50, a cidade viu sua população crescer substancialmente devido à migração rural.
Nos anos 70, a população chegou a um milhão de habitantes, e o espaço verde foi reduzido para 1m²/pessoa.
Com "disposição política, liderança, comunicação eficiente, marketing e educação ambiental", Curitiba conseguiu aumentar seu espaço verde para 51,5m²/pessoa.
Em Londres, atualmente, essa proporção é de 26,9m²/pessoa.
Hoje, destaca o estudo da CABE, Curitiba é chamada de "capital ecológica" e é "reconhecida no Brasil e internacionalmente como um modelo de administração urbana".
Solução
De acordo com Rachael, o sucesso da administração urbanista em Curitiba foi resultado de um processo de longo prazo.
Em 1966, a Prefeitura elaborou um plano para designar áreas de proteção ambiental que criou uma estrutura para a criação de parques, reservas de vegetação nativa, proteção de recursos de água e controle de enchentes.
Acima de tudo, Curitiba nos mostrou que a qualidade dos parques não está associada apenas à falta de investimento.

Rachael Easton, pesquisadora da CABE
Vinte anos mais tarde, foi criada a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que absorveu tarefas antes do Estado e do governo federal.
A Secretaria tornou-se "a agência mais influente do governo local graças a sua autonomia", e seu orçamento representa, de acordo com a CABE, 4% do orçamento total.
Outra iniciativa foi conscientizar a população sobre a importância dos parques públicos, o que reduziu atos de vandalismo. Com cidadãos mais conscientes, "os políticos, de todos os partidos, se comprometeram a objetivos ambientais".
Incentivos fiscais também ajudaram a aumentar as áreas verdes. O problema, agora, é como conservá-las, o que pode ser dificultado pela "falta de capacidade de monitoramento na Secretaria", aponta o relatório.
"Acima de tudo", argumenta Rachael, "Curitiba nos mostrou que a qualidade dos parques não está associada apenas à falta de investimento".



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