terça-feira, 27 de novembro de 2012

SOLAPAMENTO EM DRENAGEM DE ÁREA DE RISCO DE BAIRRO NOBRE DE SÃO PAULO INSTIGA ASSOCIAÇÃO DE BAIRRO, FUNDAÇÃO E VISINHOS A ESPECULAÇÃO IMOBILIARIA

 
SOLAPAMENTO EM DRENAGEM DE ÁREA DE RISCO DE BAIRRO NOBRE DE SÃO PAULO ESPECULA PROJETO IMOBILIARIO .
 


 
Á AREA É UM TALUDE DE DRENAGEM TÉCNICA QUE NÃO PERMITE OCUPAÇÃO... OPORTUNISTAS TENTAM BURLAR LEI POR CAUSA DE RETORNO FINANCEIRO...
CADE A RESPONSABILIDADE DA GESTÃO MUNICIPAL...
 
 
ESTAMOS DE OLHO....
 
 



OCUPAÇÃO IMOBILIÁRIA
TERRENOS POSSÍVEIS

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A região onde se pretende construir casas para moradia e outros usos deve reunir caracteristicas que propiciem o fácil acesso independente das condições climáticas, topografia e geologia que permitam construir edifícios seguros. Afinal, a Constituição garante a todos o direito de ir e vir, de ter uma vida digna, com moradia decente, morando em rua com acesso a caminhão de gás, a ambulância em rua pavimentada sem risco dos carros ficarem atolados.

Então, o terreno onde vai ser construída a sua casa e a região devem ter certas condições favoráveis à boa vida. Vejamos algumas dessas condições:

INCLINAÇÃO DO TERRENO:

Os terrenos destinados à construção devem ter inclinação tal que seja possível as condições acima de acesso, estabilidade e segurança. Terrenos muito inclinados não permitem um acesso seguro e as casas nele construídas serão inseguras e podem ser surpreendidas por um desbarrancamento ou deslizamento de terra.

Veja o jeitão de um terreno com 10% de inclinação:


TERRENOS QUE SOBEM:
Terrenos que sobem da rua para os fundos dizemos que é um Terreno em Aclive pois precisamos "subir" no terreno. Neste caso a inclinação do terreno passa a ser identificada pela Aclividade.
Aclividade é a inclinação da subida do terreno.
TERRENOS QUE DESCEM:
Terrenos que descem da rua para os fundos dizemos que é um Terreno em Declive pois precisamos "descer" no terreno. Neste caso a inclinação do terreno passa a ser identificada pela Declividade.
Declividade é a inclinação da descida do terreno.
Veja o jeitão de um terreno com 20% de inclinação:


Veja o jeitão de um terreno LIMITE com 30% de inclinação:


Por que Inclinação Limite?
A Lei Federal N0 6.766 de 19 de dezembro de 1979, em seu parágrafo único do artigo 3 não permite o parcelamento do solo em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, em terrenos com declividade igual ou superior a 30% salvo se atendidas exigências específicas, em terrenos onde as condições geológicas não aconselha a edificação.
A Lei Municipal N0 7.805 de 10 de novembro de 1972 não permite que, na cidade de São Paulo, seja feita qualquer tipo de construção em terrenos com inclinação igual ou superior a 30% (trinta por cento).
Sabe por que? É por que terrenos com mais de 30% de inclinação não são geologicamente seguros, são instáveis e podem desbarrancar ou escorregar sem prévio aviso. Veja mais sobre esse fenômeno em
Então, quem constroi em terreno com inclinação maior que 30% está cometendo um crime federal. Não importa se a construção está ou não aprovada pela Prefeitura, isto é, se é regular ou não.
Única excessão é quando o talude recebe obras de contenção, de estabilização, de drenagem e outras capazes de neutralizar as ações de risco do local.
Podemos chamar esses terrenos com alta inclinação de Terrenos Impossíveis. Veja o jeitão dos terrenos impossíveis clicando aqui
Veja dois casos de Talude Íngremes:
Caso I - Caso de Talude Íngreme Impossível:
Você diria que estas casas estão seguras?
Trata-se de casas construídas em talude elevado, cerca de 60% de inclinação.
Você poderia imaginar que estas casas estavam em perigo de desmoronamento?
Pois é. Veja o que aconteceu com uma elas:
e com outra:
Ao todo afundaram 22 casas.
Trata-se de desastre previsível e anunciado. O asfalto da rua que deveria ser liso, estava cheio de trincas aleatórias indicando que havia um processo de movimentação geológica em andamento:
Consegui uma foto anterior ao desastre no Google Street.
Caso II - Caso de Talude Íngreme Possível:
Você diria que estas casas estão seguras?
Trata-se de casas construídas em talude elevado, cerca de 60% de inclinação.
Esta região recebeu uma boa atenção do Poder Público. Tem rede de água, de esgoto, de águas pluviais e tem até piscinão:
Veja o piscinão:
Ué? Você não está enxergando o piscinão?
É que dos 40 piscinões construídos na cidade de São Paulo este é o único que é coberto (coisa chic). Veja uma foto da época de construção:
Para você ver que existe solução decente. Piscinão coberto. Sem mal cheiro, sem poluição visual e melhor, sem ocupar o espaço urbano.
 
fonte :OCUPAÇÃO IMOBILIARIA (ROBERTO WATANABE)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Rhodia Obtem autorização para incinerar lixo em camaçari...


 
Quase nove anos após ser impedida pela Justiça de transferir para a Bahia parte das milhares de toneladas de resíduos tóxicos armazenados há décadas em terrenos da Baixada Santista, a empresa Rhodia foi novamente autorizada a enviar uma parcela do lixo para ser incinerada em Camaçari, região metropolitana de Salvador (BA).

O material, comprovadamente cancerígeno, é resultante do processo de produção da antiga estatal francesa, hoje pertencente ao grupo Solvay. Durante décadas, o resíduo foi descartado inadequadamente em terrenos baldios de pelo menos três cidades da Baixada Santista, sendo considerado um dos maiores casos de contaminação industrial no Brasil.

Procurados pela Agência Brasil, os órgãos ambientais responsáveis por autorizar a incineração, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), de São Paulo, e o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), da Bahia, garantem que a segurança da queima do lixo industrial foi confirmada por meio de testes realizados com amostras do material enviadas pela Rhodia para a Cetrel Lumina Soluções Ambientais, instalada no Polo Petroquímico de Camaçari e a quem pertence o incinerador.

Segundo a agência da Cetesb em Cubatão, o Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental (Cadri), concedido a Rhodia em dezembro de 2011, prevê o transporte e a queima de 760 toneladas anuais de material contaminado para Camaçari. Segundo o gerente da agência, Marcos da Silva Cipriano, os primeiros carregamentos de lixo tóxico já teriam sido encaminhados à Bahia. A Rhodia e a Cetrel Lumina confirmaram a obtenção das autorizações mas, devido ao feriado, não forneceram mais detalhes sobre a operação.
De acordo com os órgãos ambientais, ao menos duas fases de testes foram realizadas a partir de 2008 para confirmar o grau de eficiência do incinerador para destruir os principais compostos presentes nos resíduos sólidos e líquidos provenientes da Rhodia. Além de serem submetidos ao instituto ambiental baiano, os resultados dos testes também foram apresentados ao Ministério Público da Bahia que, segundo Cipriano, aprovou, juntamente com o Ministério Público de São Paulo, o transporte e a queima do material.

“Emitimos o Cadri com base nas aprovações de todo mundo lá da Bahia e, pelo que sei, já houve uma remessa de material. Nossa expectativa agora é que o problema seja resolvido em breve, embora ainda não tenhamos prazos estabelecidos. Vamos cobrar isso da empresa”, disse Cipriano.

O coordenador de licenciamento de indústrias e serviços do Inema, Leonardo Carneiro, confirmou que após os testes de queima, o órgão ambiental baiano atestou à Cetesb que a Cetrel Lumina tem capacidade técnica para incinerar os resíduos e está devidamente licenciada para isso. Não descartou, contudo, eventuais riscos envolvidos na operação. “O incinerador já funciona há muito tempo e, em termos de controle de emissões atmosféricas [de poluentes resultantes da queima], está tecnicamente apto a incinerar este tipo de resíduo. Logicamente, toda atividade licenciada tem um risco, um potencial de impacto, e sempre haverá questionamentos”.

Os testes de queima foram uma exigência do Ministério Público baiano para autorizar a operação. Em 2003, a multinacional já havia obtido o aval dos órgãos ambientais oficiais paulista e baiano para transportar e incinerar parte do material contaminado por compostos organoclorados, como o pó-da-china (pentaclorofenato de sódio) e o hexaclorobenzeno. A Rhodia chegou a enviar para Camaçari 3,6 mil toneladas que estavam armazenadas em um dos cinco terrenos contaminados, no litoral paulista, mas foi impedida de continuar com a operação devido à proibição do juiz Ricardo D’Ávila, da 5ª Vara da Fazenda Pública da Bahia.

Em fevereiro de 2004, o juiz concedeu a liminar pedida pelo então deputado estadual baiano Justiniano Zilton Rocha (PT) que, em uma ação popular, apontava, além dos riscos do transporte, o fato de que “pesquisas feitas pela comunidade internacional e órgãos ambientalistas atestam que, com a tecnologia atual, nenhum incinerador opera com 100% de eficiência, transformando-se em nova fonte de poluição, já que o material contaminado entra no incinerador como sólido e sai como fumaça”. A tese, segundo vários especialistas, é que junto à fumaça seriam emitidas outras substâncias igualmente tóxicas.

Cipriano, da Cetesb, refuta a opinião. “Como técnico, não enxergo outra solução [para eliminar os resíduos] fora a incineração. Se o incinerador está trabalhando adequadamente, na temperatura apropriada e atingiu os objetivos estabelecidos pelos órgãos ambientais com relação às emissões atmosféricas, não há porque negarmos a autorização”, comentou o gerente da agência de Cubatão.

Ao contrário de 2004, quando o lixo tóxico era proveniente de São Vicente, a Rhodia procura se livrar agora do material acumulado em Cubatão, em um terreno onde até 1993, funcionava uma das fábricas que a empresa francesa mantinha no país. Naquele ano, a justiça paulista interditou a unidade por considerar que, diante das denúncias de intoxicação de funcionários da Rhodia e da confirmação de que a empresa havia enterrado parte de seus resíduos no solo da fábrica, não havia condições ambientais para que os trabalhadores permanecessem no local.
Com a decisão, a Rhodia foi obrigada a interromper também a queima dos resíduos em incinerador próprio, montado no interior da unidade, em 1987. De acordo com os funcionários da empresa reunidos na Associação de Combate aos Poluentes (Acpo), o descarte indiscriminado fora da fábrica, realizado por empresas transportadores contratadas pela Rhodia para dar fim ao material tóxico teve início em 1977.

Além dos cinco terrenos contaminados em São Vicente (um dos quais já está recuperado, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente), foram identificados três em Cubatão – incluindo a fábrica interditada em 1993, e três em Itanhaém, a mais de 80 quilômetros do local onde os resíduos eram gerados. Até hoje a Rhodia é obrigada a manter sob controle o potencial contaminante e a qualidade dos indicadores ambientais nestes locais.

Fonte: Reportagem de Alex Rodrigues, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 21/11/2012
fotos ilustrativas por: Rogério Nogueira

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Pesquisadores da UNESP recebem premio sobre pesquisa de hortifruti


Vira Cabeça!!!

Alimentar 7 Bilhões de pessoas necessita de muita pesquisa.

 Prêmio Top Ciência é considerado um dos mais importantes fóruns internacionais voltados para a agricultura

Desde o dia 11 de novembro, o professor Marcelo Agenor Pavan, docente da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), e a pós-graduanda em Horticultura Ana Claudia Macedo, estão na Alemanha realizando viagem técnico-científica a convite da BASF, por terem trabalhos vencedores do prêmio Top Ciência, promovido pela empresa alemã do segmento de produtos químicos.

Os trabalhos desenvolvidos na FCA foram vencedores na categoria Hortifruti. Na Alemanha os pesquisadores premiados irão conhecer as instalações da BASF e participarão de um workshop sobre novas tecnologias para a agricultura mundial. Em seguida eles partem para Israel, onde irão conhecer a agricultura desenvolvida em condições anormais, além das técnicas e recursos utilizados para, mesmo nessas condições, suprir as demandas da sustentabilidade.

O trabalho do professor Pavan, denominado “Efeito da piraclostrobina + metiran na produção e na incidência do vira-cabeça na cultura do tomateiro”, foi realizado em conjunto com a aluna de mestrado do Programa de Pós-graduação em Proteção de Plantas da FCA, Leysimar Ribeiro Pitzr Guimarães.

Vira-cabeça é o nome dado a principal virose que atinge as plantações de tomate. A doença é causada por várias espécies de tospovírus e segundo o professor chega a ocasionar a perda de 75 a 80 por cento da produção. “O que fizemos nesse trabalho foi testar um novo produto que induz a resistência a diversas doenças, mas que não costuma ser usado na prevenção do vira-cabeça. Com isso, reduzimos as perdas para um total de 6 a 7 por cento da produção”.

Com a doença sob controle as vantagens para o produtor são inúmeras. “Há um aumento na produtividade e na área verde, uma melhora na qualidade do produto oferecido ao consumidor e um prolongamento no desenvolvimento vegetativo, o que, consequentemente, traz maiores lucros ao produtor numa época como o verão chuvoso, em que é mais difícil produzir por conta de uma maior incidência da doença”, esclarece o professor.

Também premiado com o TOP Ciência, o trabalho da aluna de doutorado do Programa de Pós-graduação em Horticultura da FCA, Ana Claudia Macedo, é denominado “Efeitos fisiológicos de fungicidas no desenvolvimento de plantas de melão rendilhado, cultivadas em ambiente protegido”.

Orientada pelo professor João Domingos Rodrigues, do Instituto de Biociências da Unesp (IB), Ana Claudia desenvolveu sua pesquisa numa área de plantio de melão rendilhado na Fazenda São Manuel, pertencente à FCA. Ela explica que o uso de fungicidas resultou numa melhor troca gasosa das plantas. “Houve um aumento de algumas enzimas antiestresse e da enzima de assimilação de nitrogênio, isso fez com que obtivéssemos frutos com maior massa e maior ratio, que é a forma como chamamos a doçura do fruto”.

O prêmio

Em sua sétima edição, o prêmio Top Ciência, promovido pela BASF, já figura como um dos mais importantes fóruns internacionais de aprendizado e desenvolvimento técnico e científico na agricultura.

Depois de passar pela Argentina, Colômbia e México, o prêmio Top Ciência encerrou as atividades de 2012 no Brasil, mais especificamente em Campinas, interior do estado de São Paulo. Ao todo foram premiados 23 trabalhos brasileiros nas áreas de oleaginosas, perenes, hortifruti, herbicidas, non crop, cereais e cerais de inverno.

 

Fonte Portal Agrolink

domingo, 28 de outubro de 2012

A extinção das sacolas plásticas descartáveis derivadas de petróleo.

 
Perguntas mais frequentes sobre a extinção das sacolas plásticas descartáveis derivadas de petróleo.

1- O que foi firmado entre a Secretaria do Meio Ambiente (SMA) e a Associação Paulista de Supermercados (APAS)?
A SMA e a APAS firmaram um protocolo de intenções que prevê o fim do uso das sacolinhas plásticas descartáveis derivadas de petróleo nas redes filiadas a APAS e o estímulo para que as pessoas usem alternativas como a “Ecobag”, uma sacola reutilizável, caixas de papelão, sacos e sacolas de papel, mochilas, sacola de feira, entre outras ambientalmente sustentáveis.
A ideia é que possamos atingir esse objetivo por meio de convênio e não através de lei. Ou seja, conversando com o setor, estabelecendo prazos. Queremos motivar o setor a adotar essa iniciativa, assim como vários municípios já fizeram, como, por exemplo, Belo Horizonte e Jundiaí (SP). São Paulo será o primeiro Estado a adotar esse procedimento. Para isso foi criado um grupo de trabalho, por meio da resolução 15/2011 da SMA, publicada no Diário Oficial em 21/04, que discutiu junto ao setor medidas a serem adotadas nos próximos meses, visando a substituição das sacolas de plásticos derivadas de petróleo.
2- Como surgiu esse protocolo? Desde quando existe essa discussão?
A importância de se utilizar materiais biodegradáveis para preservar o meio ambiente já é uma discussão antiga, inclusive mundialmente. Cada vez mais os países mudam seu estilo de vida em prol de produtos ecologicamente corretos. No Brasil não foi diferente, e São Paulo, com seu perfil pioneiro em questões ambientais, colocou o assunto em pauta. O município de Jundiaí já foi palco do projeto piloto, que teve grande aceitação popular, e com base nesses resultados tomou-se a decisão de estender o projeto para todo o território estadual.
 
3- O que o governo espera com a “medida”?
Diminuir os impactos ambientais causados pelo uso das sacolas descartáveis derivadas de petróleo, tanto pelo seu processo de produção quanto no seu descarte, que afetam pessoas, sociedades e ecossistemas. O Estado tem ainda a responsabilidade de conscientizar a população sobre as consequências dos seus próprios hábitos de consumo. Paralelamente, alternativas para o uso das sacolas descartáveis serão incentivadas para que, futuramente, exista o fim definitivo desse derivado de petróleo.
 
4- Haverá um prazo para que as sacolinhas de plásticos derivadas de petróleo deixem de ser distribuídas nos supermercados?
Sim, haverá um prazo de 180 dias a partir da assinatura do convênio. Ou seja, as redes de supermercados terão até o mês de novembro (o protocolo foi assinado em 9 de maio) para deixar de distribuir as sacolinhas plásticas derivadas de petróleo. É durante esse período que, mediante campanhas de conscientização, espera-se desenvolver na sociedade o hábito de utilizar recipientes retornáveis para o transporte das compras. Ainda, o grupo de trabalho formado vai analisar as opções viáveis para apresentar à população.
 
5- Qual a quantidade de sacolas plásticas derivadas de petróleo são utilizadas no estado de São Paulo?
Em São Paulo, o consumo mensal está na casa dos 2,4 bilhões, o que corresponderia, em uma conta simplificada, a 59 unidades por pessoa. O País já produz mais de 500 mil toneladas anuais de plástico filme (matéria-prima das sacolinhas plásticas derivadas de petróleo), produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD), resultando na produção de 135 bilhões de sacolas. Calcula-se que cerca de 90% desse material, com degradação indefinida, acaba servindo de lixeiras ou viram lixo.
 
6- O plástico demora uma média de 100 anos para se desfazer. Os alternativos são soluções melhores para o meio ambiente?
As sacolas descartáveis são responsáveis por diversos impactos ambientais. A gestão incorreta do seu descarte causa entupimentos de galerias e bueiros, a poluição das águas, prejuízo a vida de animais marinhos e poluição do solo. Somados a isso, o plástico é um derivado do petróleo, que é uma fonte de energia não renovável, e para sua produção é utilizado um grande volume de água e são gerados resíduos industriais.
É claro que há outros produtos feitos de plástico e é ilusório afirmar que em um período curto de tempo poderíamos diminuir nosso impacto ambiental no planeta. Porém, as sacolas descartáveis derivadas de petróleo têm como finalidade o transporte de compras e o subseqüente armazenamento de lixo caseiro, por essa finalidade, podem ser substituídas por meios mais ecologicamente corretos. As sacolas retornáveis são a melhor opção, pois podem ser reutilizadas diversas vezes, diminuindo a necessidade de mais produção e, consequentemente, causando menos impactos ambientais. A produção de lixo também diminui, já que a quantidade descartada é menor. Na falta destas, caixas de madeira, papelão e até sacolas feitas de amido são biodegradáveis, e gerariam menor poluição sólida, já que, em pouco tempo, se decompõem e se misturam ao solo. Talvez ao custo de uma certa praticidade, mas com a mesma funcionalidade, e com o comprometimento com o ecossistema e gerações futuras. Justifica-se, portanto, o objetivo de erradicação das sacolas descartáveis derivadas de petróleo.
 
7- Quais são as alternativas à sacola plástica?
A ideia não é banir o plástico, pois geraria um impacto grande à vida urbana a curto prazo. O aspecto aqui é tentar diminuir ao máximo o impacto ambiental na natureza, sem atrapalhar a vida do cidadão. Adaptações definitivamente serão necessárias, mas acreditamos que as sacolinhas descartáveis derivadas de petróleo não oferecem benefício suficiente que justifique o prejuízo que causam ao meio ambiente. Portanto, por ora, devido ao aspecto custo x benefício, serão os únicos produtos que têm seu uso “desestimulado”. Além disso, há diversas alternativas como as sacolas retornáveis, as ecobags, reutilizáveis, caixas de papelão, mochilas, carrinhos e sacolas de feira e toda embalagem que puder ser utilizada por muitas vezes, entre outras.
 
8- Quanto custará e quem pagará?
Novamente, a ideia não é substituir as sacolinhas descartáveis derivadas de petróleo, e sim mudar os hábitos de consumo. Se o cidadão leva consigo uma caixa de papelão, uma sacola retornável (como as de feira), uma mochila, ou qualquer outro meio encontrado para transportar suas compras, o custo é zero. Na falta destes, alternativas estão sendo analisadas e desenvolvidas pelo grupo de trabalho para, então, serem apresentadas ao consumidor.
9- As embalagens ambientalmente corretas serão vendidas ou dadas de forma gratuita pelas redes de supermercados?
A cobrança é uma decisão de mercado e não governamental. É claro que os estabelecimentos que distribuírem gratuitamente as opções de embalagens contarão com adesão e fidelidade do consumidor. Mas é importante estimular o uso das diversas alternativas viáveis, como sacolas retornáveis e caixas de papelão também.
 
10- O governo pensa em outras soluções para o lixo?
O mundo todo pensa em soluções para o lixo. Com o aumento da população e do consumo, aumenta a produção de resíduos sólidos. Este é um grande desafio enfrentado por governantes de todos os países e não há uma medida única para solucionar o problema. Há sim ações que podem minimizar seu volume. O Governo do Estado trabalha com projetos de Educação Ambiental, para conscientizar principalmente os jovens sobre a importância de uso e consumo sustentáveis e coleta seletiva. O projeto Município Verde Azul, que apóias os municípios com medidas sustentáveis. De uma maneira geral, a SMA está sempre pensando em soluções viáveis para tornar o Estado de São Paulo sustentável e fazer sua parte pra salvar o planeta.
11- Qual será o impacto ambiental com a retirada de circulação das sacolas descartáveis derivadas de petróleo?
Como mencionado, o destino final das sacolas plásticas derivadas de petróleo são aterros sanitários e ruas, devido a gestão incorreta do seu descarte. Nos aterros, as sacolas não se desintegram, mas os resíduos contidos dentro delas sim. Isso acaba gerando gás metano que, emitido na atmosfera, é um dos causadores do efeito estufa. Das vias públicas, além de serem as responsáveis por entupimentos e consequentes enchentes, as sacolas seguem para galerias, tubulações e finalmente rios e mares, onde acabam prejudicando a vida aquática.
Esses são os impactos ambientais que serão contidos com a diminuição do consumo de sacolas descartáveis. Há ainda a diminuição dos impactos ambientais referentes à fabricação do produto, como diminuição da extração dos recursos naturais, uso da água, geração de resíduos, efluentes e emissões industriais, entre outros.
 
12- Considerando o ciclo de vida e o material utilizado na confecção das sacolas alternativas (biodegradável, sacolas de algodão, ecobags, sacos de papel, retornáveis) elas são mais sustentáveis que as de plásticos?
Sim, exatamente por não serem descartáveis e sim reutilizáveis, o consumo diminui, reduzindo assim a energia para a sua produção e o volume de lixo. Ainda, como já mencionado, economizam recursos naturais, por ter como matéria prima o petróleo, não renovável.
É importante ressaltar que, para ser sustentável, qualquer que seja a alternativa adotada pelo consumidor, o mais importante é reutilizar, reduzindo o consumo e gerando menos lixo.
 
13- Hoje o consumidor usa a sacola para acomodar o lixo doméstico e outros fins. Além de possibilidades de reutilização consegue economizar por não pagar por elas. Na falta dessa embalagem o consumidor terá de comprar o saco de lixo? Neste caso, o saco de lixo (preto) não é tão poluente quanto às sacolinhas derivadas de petróleo?
No supermercado, o consumidor paga sim pelas sacolas descartáveis derivadas de petróleo distribuídas, pois,o preço já está embutido nos produtos. Quanto aos sacos de lixo (preto, vendido em todo o comércio), são recicláveis, já que são fabricados especificamente para essa finalidade.
 
14- Qual é a melhor solução para o consumidor? Que mudança de hábito terá de adotar frente ao banimento das sacolas plásticas?
As sacolas descartáveis são fruto de uma necessidade da sociedade moderna consumidora, que demandava um meio prático e cômodo de transportar suas compras. Porém, os resultados da busca dessa comodidade são os causadores dos diversos impactos ambientais que nos aflige atualmente. Vemos então a erradicação das sacolinhas plásticas descartáveis derivadas de petróleo como uma volta aos antigos costumes, quando era comum utilizar sacolas “de feira” para carregar suas comprar.
15 – O consumidor será penalizado e/ou terá prejuízo?
Não, nenhum consumidor será penalizado, pois essa medida não é uma lei. É um acordo que quer preservar o meio ambiente, estimulando o uso de sacolas reutilizáveis e outras fontes ambientalmente corretas e desestimulando o uso das sacolas descartáveis derivadas de petróleo, potencialmente agressivas ao meio ambiente. Ou seja, não haverá prejuízo e sim benefícios.
 
16 – A medida é radical por haver outros meios de reduzir o uso de sacolas como o programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas que tem a meta de reduzir 30% da circulação das sacolinhas até 2012. É possível ter uso responsável e não banimento?
O protocolo que foi firmado entre a Secretaria do Meio Ambiente e a Associação Paulista de Supermercados tem o mesmo propósito: reduzir a circulação de sacolas plásticas e estimular o uso de alternativas ambientalmente corretas, resultando no uso responsável.
17- Fere o direito do consumidor de escolher?
É preciso ficar claro que não fere o direito do consumidor, pois não é uma lei, nem proibição. É um acordo que quer estimular o uso de outras alternativas como sacolas reutilizáveis, ecobag e outras biodegradáveis. Não hã nenhuma proibição de escolha do consumidor.
 
18 – Terá impacto na empregabilidade do setor? É possível direcionar a mão-de-obra para a reciclagem/reutilização/reuso?
Acreditamos que não, pois haverá empresas produzindo sacolas e/ou embalagens alternativas às atuais sacolas descartáveis derivadas de petróleo.
 
19 – Qual é a abrangência do acordo (todo o comércio, só os mercados)?
Primeiro estamos conversando com os donos das grandes redes, mas, esperamos, a partir dos resultados obtidos, levar esse conceito para toda a sociedade e acabar, de uma vez por todas, com o uso das sacolinhas descatáveis derivadas de petróleo também no varejo. Vamos começar a ação no atacado para depois partir para o varejo. Mas, nada impede a população de cobrar desses pequenos mercados que eles implementem a nova medida. Aliás, em Jundiaí o sucesso também se deu devido a isso. Os estabelecimentos que não aderiram foram cobrados e pressionados pela própria população a se regularizar ante o risco de perder vendas.
 
20- Haverá alguma punição/multa a quem fornecer sacola de plástico?
Como dito antes, não haverá punição, nem multa, pois não é uma lei. É um protocolo de intenções que foi firmado com a Associação Paulista de Supermercados – APAS. O acordo prevê o estímulo para que as pessoas usem alternativas como a “Ecobag”, sacola reutilizável e sacolas biocompostáveis e, assim, desestimular o uso das sacolas plásticas descartáveis derivadas de petróleo.
 
21- Qual será o papel da Secretaria Estadual do Meio Ambiente?
O papel da Secretaria é coordenar os trabalho, e ajudar a estabelecer os termos do acordo e a conscientizar a população por meio de campanhas educativas. Também cabe a SMA ouvir os órgãos de defesa do consumidor para que a população seja beneficiada.
 
22- A Secretaria Estadual do Meio Ambiente vai contribuir financeiramente ou apenas penas apoiar ou darão algum incentivo financeiro?
A Secretaria do Meio Ambiente dará apenas apoio institucional, mobilizando sua rede de educação ambiental, conscientizando do prejuízo causado pelo uso das sacolas descartáveis derivados de petróleo. A expectativa é atingir – com informações, sugestões e dicas – as escolas da rede estadual e os órgãos que compõem o governo.
 
23- Haverá um plano para conscientizar a população?
A Secretaria Estadual do Meio ambiente fará campanhas de esclarecimentos nas escolas públicas, por meio de sua rede de Educação Ambiental, para conscientizar principalmente os jovens nas escolas. Também haverá parcerias com municípios que queiram levar isso para sua rede municipal. A ideia é mostrar a importância de se deixar de usar um derivado de petróleo e seu impacto no ambiente. A orientação é a melhor estratégia para que a iniciativa tenha sucesso.
 
24- Quais são os tipos de materiais recomendados como sustentáveis para as embalagens menos agressivas ao meio ambiente?
Para ser sustentável é importante diminuir o consumo, optando sempre pela reutilização de materiais e/ou a reciclagem. Todo produto que puder ser utilizado muitas e muitas vezes contribui com o meio ambiente.
 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A QUALIDADE DO AMBIENTE INTERIOR...

 
 
A FIESP PROMOVE NO PROXIMO DIA 13/12 SEMINÁRIO SOBRE A QUALIDADE DO AMBIENTE INTERIOR
13 nov 12

Objetivo: Discussão e divulgação dos principais aspectos de qualidade do ambiente interior de edificações de qualquer natureza, dimensão e us...
o, e sua relação com a saúde e o meio ambiente.

13h30 – Credenciamento

14h00 – Abertura
Paulo Dallari, Diretor Titular Adjunto do DMA – FIESP
Rogélio Medela, Presidente do Sindratar e Diretor do DMA – FIESP
Ruy Salvari Baumer, Coordenador do Comsaúde – FIESP

14h15 – Os Perigos Ocultos Relacionados com o Tratamento do Ar
Palestrante: Szymon Gartenkraut, Médico de formação, com especialização em Medicina do Trabalho. Assistente Técnico da Justiça do Trabalho. Atualmente está no cargo de Subgerência da Vigilância em Saúde do Trabalhador e chefia a vistoria de grandes instalações de Ar Condicionado em edificações de uso coletivo em demandas da Prefeitura do Município de São Paulo e do Ministério Público do Trabalho.

14h45 – Perguntas

14h55 – A Contaminação de Ambiente Interior
Palestrante: Cristiane de Gobbi, Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP). Doutorado na área de Aerobiologia pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina USP. Parte do doutorado foi realizado na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard. Atualmente é Consultora em avaliação de fatores de risco para contaminação microbiológica em ambientes internos, com foco em fungos, ácaros e bactérias. Participação em projeto no Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo na área de aerobiologia, mais especificamente em pesquisa relacionada a fungos e pólen.

15h25 – Perguntas

15h35 – Coffee Break

15h50 – Normas Técnicas para o Controle da Qualidade do Ar Interior
Palestrante: Wili Colozza Hoffmann, Engenheiro Mecânico, professor da FEI – Faculdade de Engenharia Industrial e do PECE da USP – Universidade de São Paulo (Escola Politécnica), tendo ministrado cursos de graduação e pós-graduação (Latu Sensu). Membro associado da Ashrae (American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning Engineers) e do ISPE (International Society For Pharmaceutical Engineering). Membro do GT 03 – Nacionalização da NBR/ ISO 14644-3 do Comitê Brasileiro CB 55 da ABNT e Comissão de Estudo CE 46001. Espelho do ISO TC 209. Membro do CB 55 – Preparação e revisão das normas NBR 16401-2008 Sistemas de Climatização e da Secretária do Comitê de Estudos Especiais (CEE-138) da ABNT. Equipamentos de Limpeza do Ar e Outros Gases (filtros), espelho do ISO TC 142.


16h20 – Perguntas

16h30 – Aspectos Jurídicos do Ambiente Interior
Palestrante: Sidney de Oliveira, Advogado, coordenador da Comissão de Aspectos Jurídicos da Qualidade do Ar de Interiores na Comissão de Sustentabilidade e Meio Ambiente, da OAB/SP – Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo. Docente de Curso Multidisciplinar de Qualidade do ar e Poluição em Ambientes Interiores – Aspectos Técnicos e Efeitos na Saúde. Sócio proprietário da empresa TAO Tecnologia Ltda.

17h00 – Perguntas

17h10 – Mesa Redonda – Aspectos Tecnológicos e Regulatórios: Recomendações
Szymon Gartenkraut, Médico de formação, com especialização em Medicina do Trabalho.
Cristiane de Gobbi, Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP).
Wili Colozza Hoffmann, Engenheiro Mecânico, professor da FEI – Faculdade de Engenharia Industrial e do PECE da USP – Universidade de São Paulo (Escola Politécnica)
Sidney de Oliveira, Advogado, coordenador da Comissão de Aspectos Jurídicos da Qualidade do Ar de Interiores na Comissão de Sustentabilidade e Meio Ambiente, da OAB/SP – Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo.
Moderador: Paulo Dallari Soares, Diretor Titular Adjunto do DMA – FIESP

17h40 – Encerramento
Rogélio Medela, Presidente do Sindratar e Diretor do DMA – FIESP

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Quem irá nos alimentar daqui a 40 anos?

Quem irá nos alimentar ?
 O aumento da população mundial aliado ao crescimento da renda e do poder aquisitivo das famílias estimula a abertura de novas fronteiras agrícolas e comerciais, mas, paradoxalmente, estabelece novos desafios a serem vencidos pelos produtores rurais. Estudo realizado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL), apresentado durante um painel na EXPOCARAZINHO 2012, revela as principais demandas do setor e expõe uma agenda de compromissos necessários para garantir a sustentabilidade do agronegócio brasileiro
Produzir mais, para uma população 35% maior, com menos recursos, mais pragas e com pressão ambiental e climática cada vez maiores. Este é um dos principais desafios que a agricultura em âmbito global terá de enfrentar para contribuir com a erradicação da fome no planeta até 2050 – quando atingirmos 9,1 bilhões de pessoas habitando a Terra, ante as 6,8 bilhões atuais.
Em 2050, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a subsistência de 70% da humanidade será garantida por apenas 30% da população. “Daqui a 38 anos, o meio rural no mundo todo será composto por apenas 30% da população. Isso significa dizer que estes 30% irão produzir para si e para os outros 70% que residem nas cidades”, comentou o economista chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL), Antônio da Luz, durante um painel promovido pelo Sindicato Rural de Carazinho na EXPOCARAZINHO 2012.
 
Organizado para discutir, em várias regiões do Estado, os desafios da agricultura até 2050, o encontro despertou no público questionamentos sobre o papel do setor agropecuário brasileiro no cenário internacional e mostrou que o Brasil ainda precisa resolver uma série de problemas estruturais internos antes de tornar-se a agricultura mais rentável e produtiva do mundo. “E esses são desafios e metas que não podemos deixar para depois, porque essas modificações globais não irão acontecer no dia 31 de dezembro de 2049. O mundo todo está passando por um período de transformações e de crescimento populacional acelerado. E é nosso dever, enquanto produtores rurais, prospectar como transformar isso em renda”, argumentou Luz, explicando que “não importa se, em 2050, as pessoas estarão felizes ou tristes, se terão muito ou pouco dinheiro ou se irão se locomover em espaçonaves ou aviões. O importante é que essas pessoas terão de comer. E isso sim é problema nosso”.
 
Deslocamento demográfico: novos mercados consumidores
Na esteira da evolução populacional, os países e continentes experimentarão períodos distintos. O economista da FARSUL alerta que o aumento demográfico não será uniforme. “Dados da ONU revelam que a Europa tende a diminuir sua população, enquanto que os continentes asiáticos e africanos somarão, juntos, mais de 2 bilhões de habitantes. Isso muda bastante coisa, porque a concentração populacional e a renda será deslocada para essas novas regiões consumidoras, criando outras fronteiras agrícolas e comerciais”, apontou Luz, salientando que esses novos mercados necessitam de atenção imediata. “A África, por exemplo, não é um bom país para se comercializar. Não porque eles não tenham demanda, mas sim porque não há infraestrutura de estradas, portos e armazéns. Porém, é um mercado em franco crescimento que demanda produção. Da mesma forma acontece com a Ásia. E se essas pessoas precisam comer, elas vão ser nossas clientes, o que deve começar a nos preocupar desde agora”.
O economista chefe da FARSUL, Federação responsável pela elaboração de um estudo técnico sobre os principais entraves produtivos do Brasil, admite que o cenário é totalmente positivo para os produtores rurais brasileiros, desde que os Poderes Públicos – União, Estado e Municípios – cumpram com seus papeis. “Diferentemente de outros países onde a agricultura é subsidiada, no Brasil não precisamos de incentivos governamentais para produzir. Para nós, basta que o governo não nos atrapalhe. Essa é a principal ajuda que solicitamos”, declarou Luz, admitindo que o setor enfrenta problemas como o endividamento rural, mas que isso, na avaliação do economista, é uma pequena parcela de um todo. “Nós somos muito eficientes no que fazemos, embora a sociedade, de um modo geral, acredite que a agricultura gera um baixo valor agregado. O que nós, da FARSUL, tentamos mostrar é que esse pensamento não condiz com a realidade e não é essa a visão que o país deveria ter se estivesse realmente preocupado com o desenvolvimento econômico e com o potencial produtivo a ser explorado”.
O que a agricultura precisa é que não atrapalhem o setor”, disse o economista
Luz define o agronegócio brasileiro – sobretudo quando analisado sob a ótica do cenário internacional e os desafios de acabar com a fome no mundo – como “altamente dinâmico” e que não pode ser atrapalhada por políticas ineficientes. “Há esse desafio de alimentar o mundo em 2050 e ampliar as fronteiras comerciais com os novos países consumidores. Para isso, precisamos, por exemplo, produzir com um preço justo. É inaceitável que tenhamos um custo de produção muito superior do que os nossos concorrentes, porque isso nos tira competitividade. E a carga tributária brasileira é uma das mais altas do mundo”, mencionou ele, citando o exemplo das máquinas agrícolas. “Esses implementos custam, no Brasil, até 50% a mais do que na Argentina, no Uruguai e nos Estados Unidos. E isso por conta da carga tributária. E, além disso, não podemos importar esses produtos. Quer dizer, somos obrigados a pagar a maior carga tributária do mundo e ainda estamos impossibilitados de importar equipamentos que poderiam reduzir nossos custos”.
Para o economista, alimentar o mundo em 2050 é uma tarefa que irá exigir muitos investimentos estruturais e logísticos, pois, sem eles, pode tornar-se inviável continuar produzindo no Brasil. “Os senhores comemoram o preço da soja, mas esquecem-se de que têm um dos maiores custos de produção entre todos os países. O Brasil não é um país de agricultura familiar. A nossa agricultura é altamente competitiva, mas não é rentável. Nos EUA e na Argentina ela é muito mais viável economicamente do que aqui, que podemos nos equiparar com a Europa onde, por sinal, existem subsídios governamentais. No Brasil, nem precisamos de subsídios, mas sim de condições de competir, o resto a gente faz com que aconteça. O custo operacional da soja no nosso país é o dobro do custo da Argentina. Ou seja, não há condições de nos tornarmos a fonte produtora de alimentos para o mundo tendo que enfrentar situações adversas como estas”, enumerou Luz.
Mercado interno x exportação
Um dos tópicos técnicos abordados no painel da EXPOCARAZINHO 2012 discutiu a relação entre o abastecimento do mercado interno e a exportação de alimentos. Conforme o economista, em 2050 a renda média das pessoas deve ser 84% superior do que é hoje. “E o Brasil está muito mais perto dos países ricos do que dos pobres. Isso significa que nossa população, na média, se alimenta bem. E com o aumento de renda, a demanda por alimentos deve crescer na mesma proporção ou de maneira mais incisiva, refletindo em diversos segmentos produtivos, como o de carne bovina, por exemplo”, afirmou Luz.
O economista da FARSUL cita que o brasileiro é o povo que mais consome carne no mundo. “E isso é justificável porque a nossa produção interna é bastante expressiva. E mesmo que o nosso consumo seja significativo, temos capacidade de abastecer nosso mercado e ainda exportar para diversos países”, justificou, advertindo, contudo, que a tendência é de que haja uma redução na oferta interna. “Com o crescimento comercial e populacional dos demais países, a nossa produção será comercializada para o exterior, fazendo com que haja redução interna de oferta e gerando um consequente aumento no preço da carne bovina”.
Para estabilizar esse quadro futuro, Luz destacou que a produção, sobretudo a de grãos, terá que ser ampliada. “Neste ponto há outro desafio, que é o de conseguir produzir mais sem ampliar as áreas agricultáveis, embora haja consenso de que o Brasil poderia aumentar suas lavouras sem derrubar uma única árvore, tendo em vista que apenas 14% do território é utilizado para as atividades agropecuárias”, disse, atestando que para tornar o país o principal produtor de alimentos do mundo é necessário cumprir uma agenda de metas, solucionando os problemas e antecipando suas consequências. “A estabilidade mundial talvez não seja dada pela oferta de água ou petróleo, mas pela oferta de alimentos. E para quem produz, o panorama que se descortina é muito bom”, encerrou.
 
Fontes: AGROLINK
Diário da Manhã - Passo Fundo

Organizado por: Rogério Tadeu R. Nogueira -(Gestor Ambiental)
fotos: Rogério Sammy

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

CERTIFICAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL


CERTIFICAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL


DJSI (Dow Jones Sustainability Group Index)



POR: MONIQUE SERRANO – AMBIENTALISTA

Hoje, a principal ferramenta para a escolha, nas bolsas de valores, de ações de empresas com Responsabilidade Social e Ambiental é o Índice Dow Jones de Sustentabilidade – O DJSI foi lançado em Setembro de 1999 pela Dow Jones e a Sustainable Asset Management (SAM), gestora de recursos na Suíça especializada em empresas comprometidas com a Responsabilidade Social e Ambiental. O índice é formado por 23 critérios como governança corporativa, gestão de crises e riscos, ecoeficiência, gestão ambiental etc. Atualmente 318 empresas no mundo fazem parte deste seleto grupo, abrangendo 58 setores da economia e 24 países.

As empresas que integram a lista do DJSI têm vários benefícios como:

·         Reconhecimento público da preocupação com a área ambiental e social.

·         Reconhecimento dos stakeholders importantes tais como legisladores, clientes e empregados.

·         Benefício financeiro crescente pelos investimentos baseados no índice.

·         Os resultados altamente visíveis, internos e externos á companhia,como todos os componentes são anunciados publicamente pelo boletim do Índice e as companhias são estimuladas a usar o termo “membro da etiqueta oficial de DJSI”, em suas campanhas publicitárias.

Verifica-se, portanto, que as empresas estão cuidando dos aspectos sociais e ambientais e muitas delas têm um maior ganho econômico e uma maior durabilidade em longo prazo, ou seja, o risco do investidor é menor.

Seguindo a mesma linha, a Bolsa de Valores de São Paulo criou seu índice de Sustentabilidade Empresarial- ISE, o único no gênero na América Latina.

Relatório  Versão 2012



Lançado dia 13 de Setembro – DJSI com 340 companhias, sendo que 41 foram incluídas neste ano e 41 retiradas.

Entre as líderes setoriais estão a Air France em viagens e turismo, a Repsol em petróleo e gás, a Swiss RE em seguros, a Roche em medicamentos, a Siemens em produtos e serviços, e o Itaú em serviços financeiros.



O destaque entre as que entraram pela primeira vez no índice foi a Microsoft, e a saída mais impactante foi a da IBM.

O grande objetivo do índice seria permitir aos investidores a identificação de quais companhias estão comprometidas com a sustentabilidade, assim como encorajar que empresas se engajem na questão ao buscar se destacarem no mercado.

“Nos últimos anos acompanhamos o crescente interesse por investimentos em longo prazo em estratégias que incluem a sustentabilidade. Nosso índice, que agrega algumas das maiores empresas do planeta, é uma importante referência para a indústria e para investidores”, afirmou David Blitzer, presidente do Comitê que gerencia o DJSI.

O índice avalia e compara práticas de sustentabilidade empresarial, como gestão de recursos e eficiência energética, para chegar a seus resultados. As 2.500 maiores companhias do planeta, de acordo com a sua capitalização no mercado, são convidadas a participar.

“A taxa de adesão deste ano foi 8,4% maior do que em 2011. Vemos isso como um forte sinal de que o reconhecimento da importância de integrar a sustentabilidade às estratégias corporativas está crescendo. As companhias que participam de nosso índice realmente enxergam os ganhos materiais de melhorarem suas políticas ambientais”, declarou Guido Giese, presidente da SAM, empresa de consultoria que coordena os métodos do DJSI.

Puro marketing?



Esta foi uma semana importante para a questão da sustentabilidade corporativa, pois além do DSJI foi divulgado o Global 500 Climate Change, desenvolvido pelo Carbon Disclosure Project (CDP) e pela PricewaterhouseCoopers (PwC), que avalia a atuação empresarial com relação às mudanças climáticas.

Mas até que ponto são importantes estes índices e rankings?

Existe com certeza a busca por novos mercados e consumidores, como aponta o analista Marc Gunther, do portal Greenbiz.com.

“Dinheiro real acompanha o DJSI, que possui mais de US$ 6 bilhões investidos em seus diversos produtos financeiros, como fundos mutuais. Então, quando a Microsft entra no índice e a IBM sai (mesmo que não seja explicado o porque das duas decisões), alguns investidores com certeza venderão ações da IBM para comprar da Microsoft.”

Também é fato que companhias com políticas duvidosas para o meio ambiente acabam conseguindo espaço nesses rankings.

Um exemplo no caso do DJSI é a Enbridge, uma empresa canadense de petróleo, que é mais lembrada por ser responsável pelo vazamento de 20 mil barris de petróleo em um rio no estado norte-americano de Michigan. Segundo o governo dos Estados Unidos, o acidente aconteceu porque muitos aspectos de segurança no transporte dos barris foram ignorados pela Enbridge.

Existem os que argumentam que participar dessas listas é uma motivação a mais para agir.

“Rankings nos ajudam a criar uma referência para nosso trabalho e facilitam a vida dos investidores, que podem analisar as companhias conforme uma série de critérios. Nesse sentido, o CDP e o DJSI são, na minha opinião, dois dos índices com mais credibilidade, já que realizam uma análise minuciosa das empresas”, afirmou Dan Bross, diretor de responsabilidade coorporativa da Microsoft, ao Greenbiz.com.

Ainda não há uma resposta definitiva se os rankings de sustentabilidade são apenas ferramentas de marketing ou se têm alguma utilidade, mas de qualquer forma as empresas ainda estão distantes de serem conscientes ecologicamente.

“Mesmo com o progresso ano a ano, a realidade é que o nível de ambição corporativa e nacional de redução de emissões não está nem perto do que é exigido”, afirmou Malcolm Preston, líder de sustentabilidade e mudanças climáticas da PwC.

 

Bibliografia: Donato, Vitório, 2008

fonte: (Instituto CarbonoBrasil)

Rede Ambiental Made in Forest www.madeinforest.com
organizada para o blog por: Rogério Nogueira