terça-feira, 29 de março de 2011

Programa Onda Limpa


A iniciativa do governo de São Paulo de elevar o percentual do tratamento e coleta de esgoto em nove cidades da Baixada Santista foi comemorada por especialistas no assunto. A proposta, lançada pelo governador José Serra na sexta-feira, 25, é mudar os índices dos atuais 53% para 95% no período de quatro anos, num investimento superior a R$ 1,2 bilhão. Cerca de R$ 800 milhões serão aplicados no projeto pela Sabesp. O restante será financiado pelo Japan Bank for International Cooperation (JBIC).

Objetivo:

melhorar os indicativos de tratamento do esgoto nos municípios de Bertioga, Cubatão, Santos, Mongaguá, Praia Grande, Itanhaém, Guarujá, São Vicente e Peruíbe, contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, que abriga o maior complexo portuário da América Latina e responsável direto por concentrar o maior pólo petroquímico do País.

Analise do Projeto:

- A professora da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Ana Júlia de Oliveira, especialista em microbiologia, qualidade de águas marinhas e ecologia de microorganismos, a maior virtude da ação do governo paulista está no aspecto saúde pública. A justificativa para isso é conhecida: grande parte de doenças de ordem gastrointestinal está relacionada ao consumo e contato com água contaminada. Entre os exemplos estão a cólera, diarréia e hepatite A, que atingem, sobretudo, crianças e idosos com sistema imunológico mais sensível. “Quando se investe em saneamento é comprovado que há diminuição no número de atendimentos na rede pública de saúde”, frisa. 

- A professora Fernanda Brito, da Universidade Católica de Santos, mestre em Gestão de Negócios, aponta os benefícios econômicos que o empreendimento pode trazer para a região. “Antes de se instalar em uma área, as empresas buscam informações sobre os níveis de tratamento de esgoto”, observa ela. O motivo, explica Fernanda, é simples: menos investimentos no início das atividades permite ao empresário maior capacidade na hora de competir.
“É um programa que caminha em direção a sustentabilidade, viabilizando o desenvolvimento da região”, elogia. A professora lembra que o turismo da região também será contemplado. “A melhoria da balneabilidade das praias é outro ponto positivo: praias mais limpas logicamente atrairão mais turistas”, reforça Fernanda Brito.
Meio ambiente.

- Além do aspecto econômico, há ganhos ambientais. “Hoje o esgoto é lançado em fossas que acabam contaminando canais, igarapés e os próprios rios”, comenta, Lauro Macedo, superintendente do projeto Onda Limpa. 

- A professora Ana Júlia da Unesp acredita que após a conclusão do projeto Onda Limpa, os impactos causados pelo lançamento do esgoto no mar serão atenuados
Segundo ela, a matéria orgânica despejada diretamente no mar deixa a água mais turva. O esgoto in-natura dificulta a entrada de luz e prejudica o processo de fotossíntese, provocando, desta forma, efeitos na cadeia alimentar, que inclui moluscos, crustáceos e peixes, matéria prima essencial na economia de muitos municípios da região. “A proposta é abrangente e vai contribuir para proteção da própria flora e fauna da região”, reitera a especialista.
Megaoperação .



Os números do Onda Limpa expressam a sua dimensão: serão mais de 120 mil ligações domiciliares, 101 estações elevatórias, sete estações de tratamento de esgoto e mais de 2,3 milhões de pessoas beneficiadas.
O volume do Onda Limpa, gerenciado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), impressiona também quem tem familiaridade com o tema. É o caso da professora da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) Emília Arasaki, mestre em oceanografia e autora de uma pesquisa que visa estudar a melhor maneira de liberar o esgoto na baía de Santos, sem causar danos ambientais às praias.  
O estudo, ainda em fase inicial, revela que um dos caminhos é aumentar a extensão em um quilômetro do emissário submarino de quatro quilômetros que lança o esgoto na baía de Santos. Essa medida daria uma margem de segurança maior de que os efluentes não retornariam em direção às praias em condições meteorológicas adversas.


 

Informações retiradas do SITE da SABESP, e do SITE do ESTADO DE SÃO PAULO.

ESGOTO

Emissário submarino na Baixada Santista
O equipamento de tecnologia alemão, o Shield, também conhecido como tatuzinho, já iniciou o trabalho de escavação do emissário submarino, no bairro Caiçara, em Praia Grande. A obra faz parte do Programa Onda Limpa, que acontece nos municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, realizado pelo Governo do Estado por meio da Sabesp.

O equipamento Shield, similar ao que é usado para escavar os túneis do metrô na Capital, está operando de maneira inédita no País e na América do Sul neste tipo de construção. Ele funciona 24 horas e a escavação ocorre a 10 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de quatro andares. Possui 37 toneladas, 10 metros de comprimento e 1,8 metro de largura.

Ele é controlado por radiofreqüência a cargo de uma equipe de técnicos em terra firme e funciona junto com outros equipamentos como compressores de ar, geradores e guindastes.

Conforme explica o superintendente da Sabesp da Unidade de Negócio Baixada Santista, engenheiro Reynaldo Young, “o equipamento utiliza a tecnologia mais avançada do mundo neste tipo de construção. Ao mesmo tempo em que faz a escavação, o Shield suga a areia para a superfície e vai cravando os tubos de concreto”, falou Reynaldo. O novo emissário submarino terá tubulação de quatro quilômetros de extensão, conduzindo o esgoto que já foi tratado na Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto (EPC) para o alto-mar.

O Shield vai cavar, a partir da orla, um túnel de 740 metros de extensão e 1,5 metro de diâmetro em direção ao mar. Após terminar a escavação o equipamento será içado por guindastes ao navio de apoio e uma equipe de mergulhadores vai ligar o túnel ao duto de PEAD (Poli Etileno de Alta Densidade) com um metro de diâmetro e 3,3 quilômetros de extensão que formam o restante da extensão do novo emissário. 


Por: Livia Fernada De Figueredo Lima

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