quinta-feira, 13 de novembro de 2014

FIMAI- Feira Internacional do Meio Ambiente Movimenta a Cidade de São Paulo


 
XVI FIMAI- Feira do Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade
 
Considerada como a mais importante feira do setor de Meio Ambiente Industrial na América Latina, a FIMAI apresenta-se como excelente opção para mostrar o que há de melhor e mais avançado em nível mundial, sendo um grande atrativo para investidores e empresários nacionais e internacionais que desejam estreitar contatos com empresas do setor, fazer negócios e expandir sua rede de relacionamentos comerciais. Novas tendências, inovações tecnológicas, práticas ambientais bem sucedidas e proatividade no setor socioambiental é a marca registrada dos expositores da feira, transformando o evento em um centro gerador de experiências e de negócios importantes.
A cada ano, desde sua 1ª edição em 1999, a FIMAI e seus eventos paralelos reafirmam a proposta de perpetuar a "sustentabilidade" no setor industrial.

A Expansão do mercado de óleo e gás ampliou o debate sobre segurança ambiental levando para feira eventos paralelos onde Especialistas do Brasil e do exterior se reuniram  no 1ª Oil Spill Brazil - Conference and Exhibition na FIMAI - Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade, para apresentar aos empresários soluções para se adequar à nova realidade de exploração das reservas, visando a sustentabilidade do processo.
Grupos Empresariais e Governamentais de países como Alemanha, Holanda, França, China, Argentina vieram a FIMAI para apresentar projetos e firmar parcerias na busca de um desenvolvimento comum sustentável. A troca de experiência e a percepção das delegações dos países visitantes levaram ao comum entendimento que o Brasil é a Bola da Vez nas questões de desenvolvimento ambiental. Temos uma Cetesb ( Agência Regulatória e fiscalizadora do estado de São Paulo ) que pode ser considerada como uma das principais agencias de meio ambiente do mundo. A preocupação de nossas empresas e profissionais nos trouxeram excelência nas operações de gestão de riscos, conceituando um feedback para um melhor desenvolvimento de equipamentos, técnicas e metodologias a ponto de sermos referenciados como os melhores e os mais preparados para as operações de captação e extração de petróleo em aguas profundas.
Por falar em Água e aproveitando a deixa da seca no Estado de São Paulo, a FIMAI deste ano foi referência em lançamento e apresentação de estações de filtragem e tratamento de efluentes. Muitas empresas apresentaram seus produtos para o mercado, levando ao entendimento que a tendência é cada vez mais a preocupação com minimização dos gastos de recursos naturais.
A Gestão de Resíduos Também esteve presente nesta edição da Feira. A cada ano novas soluções e tecnologias são apresentadas, melhorando assim as operações com resíduos, sólidos, inertes e de metais.
Destaque também para o stand do Grupo Pepec e Revista AMBIENTE LEGAL que sobre a Batuta do mestre e Doutor Antonio Fernando Pinheiro Pedro, realizaram entrevistas e explanações que orientaram os visitantes da feira sobre a legalidade do meio ambiente.
Com certeza posso afirmar que cada ano que passa a FIMAI fica melhor, como isto o mercado cresce, se profissionaliza e amadurece. Fico Feliz por entender que apesar da economia, a política, a gestão pública, a cultura e a segurança não estarem ajustadas ao vento e popa, as questões e o setor do meio ambiente está consolidado enraizado como um Jatoba Rei...

Por: Rogério Nogueira “Sammy”

sábado, 4 de outubro de 2014

O Planeta foi devastado em 50% de sua fauna selvagem em apenas 40anos.

 
Genebra, 30 set (EFE).- Mais da metade dos animais selvagens que existiam na Terra há 40 anos desapareceu, e a maioria destas perdas ocorreu nas áreas tropicais da América Latina, segundo o último relatório 'Planeta Vivo' do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Sob o título 'Espécies e Espaços, Pessoas e Lugares', o relatório - a décima edição deste estudo bienal - recolhe as pesquisas realizadas sobre o destino de 10 mil espécies de vertebrados de 1970 a 2010.
As espécies estão classificadas no Índice Planeta Vivo, um registro mantido pela Sociedade Zoológica de Londres. Além disso, o relatório mede o rastro ecológico da humanidade no planeta elaborado pela Global Footprint Network.
A principal conclusão do estudo é que as populações de peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis decaiu em 52% desde 1970.
As espécies de água doce sofreram uma perde de 76%, em um percentual que dobra as sofridas por espécies marinhas e terrestres.
A maioria das perdas globais, por sua vez, provém das regiões tropicais da América Latina.
O Índice Planeta Vivo para a região neotropical - que coincide com o território da América Latina - mostra um dramático e contínuo declive das populações de fauna selvagem, com uma perda média de 83% das espécies desde 1970.
'Esta é a queda regional mais profunda, e destaca a intensa pressão à qual estão submetidas as espécies tropicais da América Latina', declarou à Agência Efe Richard McLellan.
O especialista do Fundo atribuiu este declive a uma série de razões, que incluem 'as ameaças típicas', como a exploração das espécies, a degradação da terra e da água, a perda de habitats e a mudança climática.
Fatores que, no entanto, no relatório deste ano se veem acentuados porque se melhoraram os sistemas de coleta de dados e porque se obteve mais e melhor informação procedente da América Latina.
De fato, em geral, em toda a Terra, o maior perigo para a fauna é a degradação e a perda do habitat natural dos animais.
A pesca e a caça são ameaças 'significativas', assinala o relatório, enquanto a mudança climática está se transformando em 'crescentemente preocupante', com as primeiras constatações de que 'a mudança climática já é responsável da extinção de algumas espécies'.
Por outra parte, o relatório destaca que o que a humanidade demanda ao planeta é mais do que o dobro do que a natureza pode renovar.
 
De fato, calcula-se que seria necessária uma Terra e meia para produzir os recursos necessários para equilibrar com o rastro ecológico da humanidade.
O relatório também destaca que o rastro ecológico é cinco vezes maior nos países desenvolvidos que nas nações em desenvolvimento, e lembram que se demonstrou que se podem elevar os níveis de vida da população e restringir ao mesmo tempo a exploração dos recursos naturais.
Os dez países com maior rastro ecológico são, na ordem, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca, Bélgica, Trinidad e Tobago, Cingapura, Estados Unidos, Bahrein e Suécia.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Califórnia: Governador Brown assina legislação para proibir as sacolas plásticas de uso único


Califórnia: Governador Brown assina legislação para proibir as sacolas plásticas de uso único

por Natalie Andreoli, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho

02 de outubro de 2014 |

No início desta semana o estado da Califórnia deu um grande passo ao ser o primeiro a aprovar uma lei estadual que proíbe a distribuição de sacolas plásticas de uso único, a partir de julho de 2015. Além disso, a lei concede empréstimos a taxas competitivas para as empresas que passarem a fabricar sacolas reutilizáveis. Dessa forma, a questão levantada pelas indústrias de que que existiriam impactos negativos nos empregos pode ser minimizada.

Esperamos que esta lei sirva de exemplo para outros estados americanos e para o Brasil.

 
Califórnia.
30 de Setembro de 2014
Traduzido por Natalie Andreoli, ABLM
SACRAMENTO – O governador Edmund G. Brown Jr. assinou hoje a primeira proibição estadual dos Estados Unidos de sacolas de plástico de uso único – a lei do Senado SB 270 – alinhando a lei estadual com Portarias já aprovadas por um grande número de governos locais da Califórnia, para reduzir os resíduos de plástico.
“Este projeto de lei é um passo na direção certa – ele reduz a enxurrada de plástico que polui nossas praias, parques e até mesmo o próprio imenso oceano”, disse o governador Brown. “Nós somos os primeiros a proibir essas sacolas e não seremos os últimos.”
A legislação, de autoria do senador Alex Padilla (Distrito de Pacoima), proíbe mercados e farmácias de distribuírem sacolas plásticas de uso único a partir de julho de 2015 e decreta a mesma proibição para lojas de conveniência e lojas de bebidas, no ano seguinte. A legislação também irá fornecer até 2 milhões de dólares em empréstimos competitivos – administrados pelo CalRecycle – para as empresas que fizerem a transição para a fabricação de sacolas reutilizáveis.
Até o momento, mais de 120 governos locais na Califórnia haviam aprovado Portarias que proíbem as sacolas de uso único sacos de alguma forma, com grande apoio da comunidade e grupos ambientalistas. A lei do Senado SB 270 é apoiada por muitos destes mesmos grupos, juntamente com os governos locais, empresas e organizações trabalhistas.
“Eu elogio a atitude do governador Brown em assinar a SB 270 e transformá-la em lei. Ele continua a liderar o nosso Estado em direção a um compromisso com a sustentabilidade. A sociedade descartável não é sustentável. Esta nova lei irá reduzir significativamente o fluxo de bilhões de sacolas de plástico de uso único que poluem nossas comunidades e prejudicam o meio ambiente a cada ano. Mudar de sacolas de plástico de uso único sacos para sacolas reutilizáveis é senso comum. A assinatura do governador Brown reflete o nosso compromisso de proteger o meio ambiente e reduzir os custos do governo”, disse o Senador Padilla.
“A costa da Califórnia é um tesouro nacional e um cartão de visita para o mundo, que nos ajuda a atrair visitantes e negócios de todo o mundo. Removendo a praga nociva das sacolas de plástico de uso único, especialmente ao longo da nossa costa e vias navegáveis, ajuda a garantir o tipo de ambiente limpo e saudável que precisamos para ter uma economia mais forte e um futuro melhor “, disse o Presidente da Assembleia Toni Atkins.
“A SB 270 é uma vitória para o meio ambiente e para os trabalhadores da Califórnia. Estamos acabando com a calamidade das sacolas de plástico de uso único e fechando o ciclo do fluxo de resíduos de plástico, e fazendo tudo isso mantendo – e ampliando – os empregos na Califórnia. À medida que desenvolvemos ainda mais a nossa economia verde, a SB 270 será um modelo para o equilíbrio da saúde do planeta com a preservação do modo de vida das pessoas”, disse o Presidente Interino eleito do Senado Kevin de Leόn, co-autor do projeto de lei.
“Para quase 10 milhões de californianos, a vida sem sacolas plásticas já é uma realidade. A proibição de sacolas reduz a poluição por plásticos e os resíduos, diminui os custos com sacolas em mercados e agora estamos vendo o crescimento do emprego na Califórnia, em instalações que produzem alternativas melhores”, disse Mark Murray, diretor-executivo da Californians Against Waste Foundation (“Fundação Californianos Contra Resíduos”).
 
 
“A Califórnia é o primeiro Estado nos EUA a proibir o item de consumo mais onipresente no planeta, em um esforço para impulsionar os consumidores para uma mudança de comportamento sustentável. Os dados de mais de 127 proibições locais de sacolas de plástico provou que as proibições são eficazes na redução de lixo e mudam as atitudes dos consumidores, e refutaram as alegações da indústria que existiriam impactos apocalípticos nos empregos e nas comunidades pobres. Uma proibição estadual de sacolas plásticas poupa os contribuintes da enorme quantidade de dinheiro que é gasta com a limpeza de lixo e protege o meio ambiente”, disse Leslie Tamminen, diretor da Clean Seas Coalition (“Coalizão Mares Limpos”) e Seventh Generation Advisors (“Conselheiros da Sétima Geração”).
 
 
“A SB 270 é uma grande vitória para toda a Califórnia. Temos visto localmente que as proibições de sacolas plásticas deixam a água mais limpa e saudável para a vida selvagem, mantendo o lixo fora de nossas praias e fora de nossos riachos. O sucesso das proibições de sacolas em nossas comunidades locais deu força aos legisladores estaduais a tomar a decisão certa para a saúde dos cursos d’água da Califórnia. A assinatura do governador Brown para esta proibição estadual é um momento importante para o nosso Estado, demonstrando que a Califórnia está novamente disposta a assumir a liderança em questões ambientais importantes”, disse David Lewis, o diretor-executivo da Save the Bay (“Salve a Baía”).
Para o texto completo do projeto de lei, visite: http://leginfo.ca.gov/bilinfo.html.
 


 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

DIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

 
 
Ontem foi o Dia Mundial do Meio Ambiente. Se você fez alguma coisa para proteger o seu ontem circundante, certifique-se repeti-lo hoje, e cada dia seguinte. # # WED2014 WorldEnvironmentDay # inspiração # proteger # salvar

"Desafio Nosso Oceano"






Caras e Caros,

Foi lançado ontem, dia 4 de junho, o "Desafio Nosso Oceano" que tem como fato motivador a identificação de soluções para os sérios problemas presentes nos oceanos e regiões costeiras a partir de duas principais vertentes:

1 - Melhoria dos negócios atuantes nas áreas oceânicas - com foco na diminuição dos impactos causados pelas atividades presentemente realizadas.
Nessa linha de trabalho são estimuladas iniciativas voltadas à:
- melhoria e otimização para a recepção de resíduos nos portos;
- otimização de estruturas para coleta de dados oceanográficos, meteorológicos e climáticos;
- diminuição e interrupção dos impactos causados pela construção e operação de estruturas marinhas como, por exemplo, plataformas de petróleo; e
- diminuição e minimização o impacto da sedimentação sobre os fundos marinhos como decorrência das atividades de construção, dragagem e mineração presentes nesses ambientes.

2 - Novos negócios a serem desenvolvidos nas regiões costeiras e oceânicas - a partir da premissa que esse ambiente pode estimular o surgimento de negócios sustentáveis em uma escala temporal que não considere, apenas, o curto prazo.
Nos novos negócios, são estimuladas a apresentação de iniciativas relacionadas à:
- geração de energia,
- coleta e processamento de lixo e resíduos plásticos presentes no mar e
- aproveitamento dos resíduos e lixo coletado no mar como fonte de energia ou outro tipo de recurso.

O lançamento do Portal Our Ocean Challenge -
https://ouroceanschallenge.org/ - dá início a essa inovadora forma de estimular novos negócios.

A primeira fase - Chamada para a ação - teve início ontem e terá seu término no dia 18 de julho. Tem por objetivo estimular a apresentação de ideias e sugestões de melhoria para as ideias já depositadas no Portal Our Ocean Challenge.

A segunda fase - Desafio - ocorrerá entre agosto e setembro quando serão identificadas as ideias e propostas passíveis de se transformarem em novos negócios. Para tanto, contará com o apoio de um grupo de especialistas de instituições públicas e privadas focadas no desenvolvimento de negócios inovadores, que constituirão um juri para identificar as mais promissoras ideias apresentadas.

A terceira fase - Co-criação -, a ocorrer entre novembro e dezembro, visa fundamentar e aprimorar as melhores ideias identificadas para o desenvolvimento do modelo de negócios, identificação de alianças, lançamento de startup e identificação de investidores potenciais para alavancar os inovadores negócios.

A participação de todos os interessados é estimulada e muito bem vinda.

Para tanto, basta entrar no site, cadastrar-se e passar a participar.

A sugestão mais enfatizada é que naveguem pelo Our Ocean Challenge todos os dias para acompanhar as novas postagens, opinar e sugerir complementações ou ideias para aquelas iniciativas já postadas, bem como acompanhar a evolução da iniciativa.

Não vamos deixar que essa significativa porção oceânica do nosso planeta - a região costeira, a Zona Econômica Exclusiva do Brasil e as áreas comuns -, fiquem de fora desse processo.
Inda mais agora que as atenções se voltam, cada vez mais, para essa última fronteira do nosso território e da Terra.

Ótimas sugestões, bom trabalho e boa sorte

terça-feira, 22 de abril de 2014

Salve a Nossa Terra!!! Salve o DIA da TERRA...


No dia 22 de abril, é celebrado o Dia da Terra, um momento importante para refletirmos sobre nosso belo planeta e sobre como estamos usando os nossos recursos naturais, especialmente a água e o solo.
Os desafios ambientais que enfrentamos são enormes, como desmatamento, poluição, mudanças climáticas e, neste cenário, as atitudes de cada um de nós pode fazer a diferença. Nos últimos anos, percebemos uma maior conscientização e preocupação com o meio ambiente, mas precisamos ir além.

quarta-feira, 12 de março de 2014

UTI Ambiental ...

Algumas  práticas vegetativas que podem ser aplicadas em manejo de bacias hidrográficas, com finalidade de aumentar a produção de água em épocas de estiagens; servem, também, para reduzir vazões de cheias. Mas é ledo engano pensar que elas são capazes de resolver o problema em quaisquer situações. Algumas dificuldades:

1) Vejam a encosta da Foto 1. Pensando apenas pelo lado ambiental, ela deveria ser reflorestada, mas a necessidade diária do proprietário faz com que ela continue a ser usada como pastagem, alojando algumas poucas vacas leiteiras que sustentam a sua pequena produção de queijos. A mudança de uso, com a reorganização da propriedade, leva tempo e a produção de água precisa ser mantida como condição primeira de qualquer alteração a médio e longo prazos. Os terraços, em forma de pequenos canais em nível ao longo da encosta, servirão para manter a produção de água do córrego que drena a pequena bacia onde está a propriedade. Situações com esta estão presentes em grande parte do território brasileiro e não serão resolvidas em curto prazo, apenas com imposições e radicalismos. A capacidade de retenção de enxurradas dos terraços pode ser comprovada pela Foto 2;

2) Na Foto 3 temos uma condição horrível. A área está próxima de núcleo urbano e é constantemente queimada pela ação de vândalos. Está numa pequena bacia que sustenta uma nascente responsável pelo abastecimento de algumas residências. Em caráter experimental, foram construídos alguns terraços nas encostas e, na área torrencial mostrada na Foto, foram abertas caixas de captação de enxurradas, em sequência, criando armazenamentos e infiltrações capazes de enriquecer o aquífero mantenedor da nascente. Deram bons resultados, aumentando em 30% as vazões de estiagens da nascente.

Está correto deixar aquela situação de descalabro na área torrencial? Como controlar a ação dos vândalos, para revegetação da área? São respostas que demandam tempo e muito trabalho de educação. E não me refiro somente à educação ambiental, não, mas à educação geral, que é o grande gargalo de desenvolvimento do país.

Os dois exemplos foram para mostrar que a realidade ambiental está muito além de nossos entusiasmos ambientalistas, pois a realidade social é tremendamente limitante. Não podemos desistir, mas que é dureza, isso é. Que traz algum desânimo temporário, também é verdade.
As soluções mostradas são conhecidas como práticas mecânicas de conservação, copiadas e adaptadas da conservação de solos, que as utiliza para controle de erosão. Aqui, como facilitadoras de infiltração.

Os terraços são canais de base estreita, com algo como 30 cm de largura e 25 cm de profundidade cavada. Seis terraços desses, em área de um hectare (100 x 100 m), conseguem reter, e posteriormente infiltrar no solo, 45.000 litros de água em uma chuva forte. Imaginem, então, quanto poderá ser infiltrado ao longo do período chuvoso, com inúmeros eventos de fortes precipitações pluviométricas.

As caixas de captação de enxurradas são valas abertas transversalmente ao fluxo superficial e de tamanhos variados, de acordo com a situação topográfica da área. Podem ser, por exemplo, de 1,5 m de largura, 1,0 m de profundidade e 3,0 m de comprimento, tendo capacidade de retenção de 4.500 m3 cada uma. A Foto 4 mostra duas caixas conjugadas, com volume retido em uma delas. Estão recebendo enxurradas de uma estrada vicinal. Já a Foto 5 mostra uma barraginha, que é uma opção para áreas planas, fazendo papel semelhante à da caixa.
Cuidado devemos ter no uso da barraginha, que é apontada, muitas vezes, como tecnologia milagrosa. Ela exige, por ser de dimensões maiores, áreas planas que só são encontradas, em regiões montanhosas, muito perto dos corpos d’água superficiais, e os volumes retidos e infiltrados por ela são rapidamente drenados, não esperando os períodos de estiagens. Nessas situações, os terraços e as caixas são mais eficientes, conforme exemplificado no esquema da Figura 1. Tais estruturas podem ser posicionadas bem mais distantes de nascentes e córregos e a lenta movimentação subterrânea da água infiltrada garantirá vazões de estiagens.

foto 1
Foto 1

foto 2
Foto 2

foto 3
Foto 3

foto 4
Foto 4

foto 5
Foto 5

figura 1
Figura 1

Osvaldo Ferreira Valente é engenheiro florestal, especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas, professor titular, aposentado, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e autor de dois livros recém-publicados: “Conservação de nascentes – Produção de água em pequenas bacias hidrográficas”e “Das chuvas às torneiras – A água nossa de cada dia”; colaborador e articulista do EcoDebate. valente.osvaldo@gmail.com
Artigo anterior: UTI ambiental: práticas de manejo de bacias hidrográficas I; artigo de Osvaldo Ferreira Valente
fonte: EcoDebate, 12/03/2014

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A AMAZONIA É NOSSA ?


ROTEIRO ECO SIENA
Amazônia/Pará - Brasil

Por: MONIQUE SERRANO
Viajantes, aventureiros e exploradores que procuravam riquezas espalhavam mundo afora mitos e fantasias. De todos, o mito mais persistente parece ter sido sempre o da superabundância e da resistência da natureza da região Norte: florestas com árvores altíssimas que penetravam nas nuvens, frutos e flores de cores e sabores indescritíveis, rios largos a se perderem no horizonte; povoadosde animais estranhos e abundantes por todo o chão; pássaros cobrindo o céu e colorindo-o em nuvens de penas e plumas de todo as cores.
Manaus – foto aérea
A Amazônia fica na América do Sul e é um continente que compreende a porção meridional da América. Sua extensão é de17.819.100 km², abrangendo 12% da sua superfície terrestre, porem só tem 6% da população mundial. Une-se á América Central, ao norte, pelo istmo/canal do Panamá.
Transamazônica – Rurópolis - PA
A herança da colonização européia, o brasileiro, e o povo amazônico, em particular, apresentam traços do índio, o branco e o negro, como nenhum outro povo no mundo.

Ribeirinhos, índios, seringueiros, garimpeiros, pescadores, operários, executivos.
Comunidade Ribeirinha - Rio Amazonas sentido Manaus –Óbidos - AM

A partir da década de 1920, Henry Ford, o pioneiro da indústria americana de automóveis, empreendeu o cultivo de seringais na Amazônia criando 1927 a cidade de Fodlândia e posteriormente 1934 Belterra, no oeste do Pará, especialmente para este fim, com técnicas de cultivo e cuidados especiais, mas a iniciativa não logrou êxito já que a plantação foi atacada por uma praga nafolhagem conhecida como mal-de-folhas, causada pelo fungo Microcyclus ulei.
Cidade de Aveiro –Fordlândia - PA
No que tange á fauna e a flora, a reserva procuraria guardar para o Brasil futuro um testemunho do Brasil do Descobrimento, considerando-se a descaracterização violenta pela qual vem passando a nossa reserva natural.
Transamazônica - Sentido Itaituba - PA
Ali, a reserva mostraria ao Sul os últimos descampados e cerrados do Brasil Central – para através de uma transição busca mostrar ao Norte, com toda a exuberância, a Hiléia Amazônica caracterizada pelas seringueiras, cachoeiras,castanheiras e as gigantescas sumaumeiras.


TRANSFORDLÂNDIA – ESPECIE SUMAUMA - PA
A nova imagem do índio, trazida pelos Villas Bôas á nossa sociedade, era a de uma sociedade equilibrada, estável, erguida sobre sólidos princípios morais e donos de um comportamento ético que sustentava uma organização tribal harmônica. A esse respeito Claudio Villas Bôas teria dito, certa feita:
“Se achamos que nosso objetivo aqui, na nossa rápida passagem pela terra, é acumular riquezas, então não temos nada a aprender com os índios. Mas se acreditamos que o ideal é o equilíbrio do homem dentro de sua família, e dentro de sua comunidade, então, os índios têm lições extraordinárias para nos dar.”
Comunidade São Domingos - Flona Tapajós-PA
Para muitos, a Internacionalização da Amazônia, como apropriação e ocupação de território, é apenas uma lenda, um mito, um fantasma, para as Forças Armadas Brasileiras ela é uma possibilidade.
Porto de Manaus

“Os militares brasileiros hoje analisam que a situação não é propriamente de perigo, mas que remete, projeta, um conflito futuro para daqui a 30ou 40anos como inimigo mais provável: os EUA”.
 


Hidroviária de Manaus

Segundo o amplamente aceito princípio da soberania nacional, o Estado Brasileiro tem o direito e sobretudo o dever de governar seu território em nome de seus cidadãos, não sendojustificável nenhuma intervenção externa; por outro lado, tem sido reconhecida a importância do uso sustentável do bioma, sendo esta a promessa dos governantes deste país.
Praia da Lua – Rio Negro - Manaus - AM

Achamos que a Amazônia precisa produzir benefícios para todos os seres humanos. Mas, temos que dizer em alto e bom som que quem cuida da Amazônia é o Brasil. Quem decide o que fazer na Amazônia é o Brasil.
Flona Tapajós - PA

Viagem realizada em jan/fev 2014

Na companhia de Renato Rosseti – Engenheiro Mecânico e Gestor Florestal

Viabilizador e amigo de estudo: Sidney Mesquita– Engenheiro Florestal e Secr. do Meio Ambiente de Trairão - PA.

 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

A BOLHA DE CARBONO OU A CRISE FINANCEIRA RELACIONADA AO MEIO AMBIENTE.

A BOLHA DE CARBONO OU A CRISE FINANCEIRA RELACIONADA AO MEIO AMBIENTE.
[EcoDebate] A economia mundial cresceu como uma bolha nos últimos 200 anos, desde o início da Revolução Industrial e energética dos combustíveis fósseis. O petróleo foi o escravo barato que possibilitou o maior crescimento econômico e demográfico de toda a história da humanidade. Máquinas, iluminação e transporte movidos pelo uso de energia fóssil, substituindo a força humana e animal, possibilitaram um grande salto da civilização humana. A população mundial passou de 1 bilhão de habitantes em 1800 para 7 bilhões em 2011 (crescimento de 7 vezes) e a economia internacional cresceu 90 vezes no período. Ou seja, em 211 anos a renda per capita cresceu 13 vezes, enquanto nos 1800 anos anteriores tinha crescido apenas 1,3 vezes. (ALVES, 2013).

Este “milagre” do crescimento só foi possível porque a natureza nos deixou de herança uma riqueza inestimável. Segundo Abramovay; “A eficiência energética do petróleo é, até hoje, inigualável: três colheres contêm o equivalente à energia média de oito horas de trabalho humano. O crescimento demográfico e econômico do século 20 teria sido impossível sem esse escravo barato” (Abramovay, 2011). Segundo Price (1995): “A energia extrasomática usada por pessoas ao redor do mundo é igual ao trabalho de cerca de 350 bilhões de pessoas. É como se cada homem, mulher e criança no mundo tivesse 50 escravos à disposição. Em uma sociedade tecnológica, como os Estados Unidos, cada pessoa tem mais de 200 dos tais ‘escravos fantasmas’”.

Porém, o uso abusivo de todo o potencial desta herança energética deixou um rastro de poluição na terra, na água e no ar e, depois de tornar a sociedade viciada no consumo, esta energia está acabando. Considerando apenas o efeito deletério sobre as mudanças climáticas, podemos afirmar que a queima dos combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás) emite gases de efeito estufa (GEE), como o CO2, que provocam o aquecimento global. Quanto maiores forem as emissões maiores serão os efeitos na instabilidade do clima, com chuvas torrenciais, secas prolongadas, furacões, acidificação dos solos, lagos e oceanos, elevação do nível do mar, perda de áreas produtivas da agricultura, etc.

A economia mundial não funciona sem petróleo e demais combustíveis fósseis. É mais ou menos como o bêbado e fumante que não vive sem a bebida alcoólica e o cigarro, mesmo sabendo que a permanência destes vícios vai destruir os seus órgãos internos como fígado, coração, rim e pulmão.

Uma notícia relativamente boa para nossa sociedade internacional viciada e mal-acostumada com a herança energética acumulada durante milhões de anos é que os combustíveis fósseis vão acabar algum dia e o vício vai ser eliminado pela falta de insumos energéticos. Com o fim da compulsão e da poluição provocada pelo petróleo e cia, a natureza poderia iniciar um processo de recuperação no longo prazo.

Mas a notícia ruim é que a economia mundial pode sofrer, além de uma “crise de abstinência”, uma grande crise financeira, gerando desemprego, fome, pobreza, etc. Crise esta que pode ocorrer antes mesmo do Pico de Hubbert, pois o petróleo barato já foi extraído e o custo de exploração das novas reservas é muito alto. A produção convencional de petróleo cru atingiu seu pico em algo como 75 milhões de barris. Cerca de 60% da oferta mundial vem de países cuja produção já não cresce. Na Arábia Saudita, 90% do petróleo vem de poucos poços já cinquentões e, como a demanda interna cresce muito, já existem previsões que indicam o fim das exportações sauditas antes de 2030.

A extração do petróleo não convencional, que parecia a salvação das pátrias, tem acumulado uma série de notícias ruins tanto em termos ambientais, quanto em termos econômicos. A produção do gás de xisto e das areias betuminosas nem de longe deve acompanhar a demanda e suas perspectivas são cada vez mais postas em questão em termos de viabilidade financeira.

Notícia do jornal Valor (31/01/2014) mostra que três das maiores companhias petroleiras, Chevron, Exxon Mobil e Shell, gastaram mais de US$ 120 bilhões no ano passado para aumentar sua produção de petróleo e gás – praticamente o mesmo custo de enviar um homem à Lua hoje – mas com poucos resultados. A produção caiu e os lucros das empresas também. Um dos principais problemas é o custo dos novos “megaprojetos” necessários para substituir os campos cujas reservas estão se exaurindo. A queda das ações neste início de fevereiro de 2014 já é o prenúncio de dificuldades ainda maiores.

As dificuldades enfrentadas pela Petrobras não são menores e a maior empresa brasileira que tinha um valor de mercado de US$ 125 bilhões no fim de 2012 passou para US$ 90 bilhões no final de 2013. Com a queda da produção de petróleo e dos lucros, as ações da Petrobras continuam perdendo valor em 2014. A Petrobras é considerada a empresa mais endividada do mundo. A sua dívida cresceu rapidamente devido aos investimentos de US$ 237 bilhões para a produção offshore. Se os retornos do pré-sal falharem, a Petrobras e o Brasil estarão em apuros. No entanto, o destaque das perdas cabe a outra empresa brasileira do ramo de óleo e gás, a OGX, do ex-bilionário Eike Batista, que viu seu valor de mercado despencar 95,4%.

Os analistas internacionais falam que a “bolha de carbono” pode aprofundar uma nova crise financeira mundial, pois os mercados estão investindo pesado em reservas de combustíveis fósseis, mas devido ao alto custo de extração e por serem incompatíveis com a segurança climática, podem nunca vir a ser usadas. Segundo o instituto britânico Carbon Tracker, a “bolha de carbono” é o resultado de um excesso de valorização pelos mercados globais das reservas de carvão, gás e petróleo detidas por empresas de combustíveis fósseis.

As empresas que trabalham com estes combustíveis possuem ativos em torno de US$ 6 trilhões. Se todo este investimento conseguir extrair petróleo, gás e carvão as emissões de CO2 vão provocar uma aceleração do aquecimento global e uma grave crise ambiental. Caso todas as reservas atuais forem queimadas, haverá emissão de CO2 suficiente para criar um clima pré-histórico. Mas se houver acordos internacionais para conter a emissão de GEE então haverá uma crise financeira, com a desvalorização destes ativos.

O mundo desenvolvido tem lutado para sair da crise econômica desde 2008, mas embora o crédito e o endividamento tenham aumentado de forma perigosa, a recuperação continua uma miragem. Os chamados países emergentes que apresentavam bom crescimento econômico e se beneficiaram da oferta de dólares e dos juros baratos, agora enfrentam dificuldades crescentes. O otimismo dos BRICS tem sido substituído pelo pessimismo dos “cinco frágeis” (Índia, Indonésia, Brasil, Turquia e África do Sul).

 

Enfim, a economia internacional já não vai bem em seus fundamentos básicos. Os mercados emergentes submergiram. As bolsas de valores estão caindo no mundo todo. Mas a situação pode piorar no longo prazo, na medida em que se tiver que escolher entre uma crise ambiental ou uma crise financeira em decorrência dos elevados custos de extração de petróleo e gás. Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. Parece não existir muitas outras alternativas para resolver o problema da “bolha de carbono”.

Referências:

ABRAMOVAY, Ricardo. Desafios da economia verde. Folha de São Paulo, 27/06/2011

ALVES, JED. O relativo sucesso econômico e o grande fracasso ambiental do capitalismo, EcoDebate, Rio de Janeiro, 22/05/2013

MCKIBBEN, Bill, LEGGETT, Jeremy. How your pension is being used in a $6 trillion climate gamble, The Guardian, 19 April 2013

PRICE, David. Energy and Human Evolution, blog, 1995

Carbon Tracker. Investors ask fossil fuel companies to assess how business plans fare in low-carbon future, 2013

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Publicado em EcoDebate, 05/02/2014

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