quinta-feira, 4 de outubro de 2012

CERTIFICAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL


CERTIFICAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL


DJSI (Dow Jones Sustainability Group Index)



POR: MONIQUE SERRANO – AMBIENTALISTA

Hoje, a principal ferramenta para a escolha, nas bolsas de valores, de ações de empresas com Responsabilidade Social e Ambiental é o Índice Dow Jones de Sustentabilidade – O DJSI foi lançado em Setembro de 1999 pela Dow Jones e a Sustainable Asset Management (SAM), gestora de recursos na Suíça especializada em empresas comprometidas com a Responsabilidade Social e Ambiental. O índice é formado por 23 critérios como governança corporativa, gestão de crises e riscos, ecoeficiência, gestão ambiental etc. Atualmente 318 empresas no mundo fazem parte deste seleto grupo, abrangendo 58 setores da economia e 24 países.

As empresas que integram a lista do DJSI têm vários benefícios como:

·         Reconhecimento público da preocupação com a área ambiental e social.

·         Reconhecimento dos stakeholders importantes tais como legisladores, clientes e empregados.

·         Benefício financeiro crescente pelos investimentos baseados no índice.

·         Os resultados altamente visíveis, internos e externos á companhia,como todos os componentes são anunciados publicamente pelo boletim do Índice e as companhias são estimuladas a usar o termo “membro da etiqueta oficial de DJSI”, em suas campanhas publicitárias.

Verifica-se, portanto, que as empresas estão cuidando dos aspectos sociais e ambientais e muitas delas têm um maior ganho econômico e uma maior durabilidade em longo prazo, ou seja, o risco do investidor é menor.

Seguindo a mesma linha, a Bolsa de Valores de São Paulo criou seu índice de Sustentabilidade Empresarial- ISE, o único no gênero na América Latina.

Relatório  Versão 2012



Lançado dia 13 de Setembro – DJSI com 340 companhias, sendo que 41 foram incluídas neste ano e 41 retiradas.

Entre as líderes setoriais estão a Air France em viagens e turismo, a Repsol em petróleo e gás, a Swiss RE em seguros, a Roche em medicamentos, a Siemens em produtos e serviços, e o Itaú em serviços financeiros.



O destaque entre as que entraram pela primeira vez no índice foi a Microsoft, e a saída mais impactante foi a da IBM.

O grande objetivo do índice seria permitir aos investidores a identificação de quais companhias estão comprometidas com a sustentabilidade, assim como encorajar que empresas se engajem na questão ao buscar se destacarem no mercado.

“Nos últimos anos acompanhamos o crescente interesse por investimentos em longo prazo em estratégias que incluem a sustentabilidade. Nosso índice, que agrega algumas das maiores empresas do planeta, é uma importante referência para a indústria e para investidores”, afirmou David Blitzer, presidente do Comitê que gerencia o DJSI.

O índice avalia e compara práticas de sustentabilidade empresarial, como gestão de recursos e eficiência energética, para chegar a seus resultados. As 2.500 maiores companhias do planeta, de acordo com a sua capitalização no mercado, são convidadas a participar.

“A taxa de adesão deste ano foi 8,4% maior do que em 2011. Vemos isso como um forte sinal de que o reconhecimento da importância de integrar a sustentabilidade às estratégias corporativas está crescendo. As companhias que participam de nosso índice realmente enxergam os ganhos materiais de melhorarem suas políticas ambientais”, declarou Guido Giese, presidente da SAM, empresa de consultoria que coordena os métodos do DJSI.

Puro marketing?



Esta foi uma semana importante para a questão da sustentabilidade corporativa, pois além do DSJI foi divulgado o Global 500 Climate Change, desenvolvido pelo Carbon Disclosure Project (CDP) e pela PricewaterhouseCoopers (PwC), que avalia a atuação empresarial com relação às mudanças climáticas.

Mas até que ponto são importantes estes índices e rankings?

Existe com certeza a busca por novos mercados e consumidores, como aponta o analista Marc Gunther, do portal Greenbiz.com.

“Dinheiro real acompanha o DJSI, que possui mais de US$ 6 bilhões investidos em seus diversos produtos financeiros, como fundos mutuais. Então, quando a Microsft entra no índice e a IBM sai (mesmo que não seja explicado o porque das duas decisões), alguns investidores com certeza venderão ações da IBM para comprar da Microsoft.”

Também é fato que companhias com políticas duvidosas para o meio ambiente acabam conseguindo espaço nesses rankings.

Um exemplo no caso do DJSI é a Enbridge, uma empresa canadense de petróleo, que é mais lembrada por ser responsável pelo vazamento de 20 mil barris de petróleo em um rio no estado norte-americano de Michigan. Segundo o governo dos Estados Unidos, o acidente aconteceu porque muitos aspectos de segurança no transporte dos barris foram ignorados pela Enbridge.

Existem os que argumentam que participar dessas listas é uma motivação a mais para agir.

“Rankings nos ajudam a criar uma referência para nosso trabalho e facilitam a vida dos investidores, que podem analisar as companhias conforme uma série de critérios. Nesse sentido, o CDP e o DJSI são, na minha opinião, dois dos índices com mais credibilidade, já que realizam uma análise minuciosa das empresas”, afirmou Dan Bross, diretor de responsabilidade coorporativa da Microsoft, ao Greenbiz.com.

Ainda não há uma resposta definitiva se os rankings de sustentabilidade são apenas ferramentas de marketing ou se têm alguma utilidade, mas de qualquer forma as empresas ainda estão distantes de serem conscientes ecologicamente.

“Mesmo com o progresso ano a ano, a realidade é que o nível de ambição corporativa e nacional de redução de emissões não está nem perto do que é exigido”, afirmou Malcolm Preston, líder de sustentabilidade e mudanças climáticas da PwC.

 

Bibliografia: Donato, Vitório, 2008

fonte: (Instituto CarbonoBrasil)

Rede Ambiental Made in Forest www.madeinforest.com
organizada para o blog por: Rogério Nogueira
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário