CERTIFICAÇÃO
SÓCIO-AMBIENTAL
DJSI
(Dow Jones Sustainability Group Index)
POR: MONIQUE SERRANO – AMBIENTALISTA
Hoje, a principal
ferramenta para a escolha, nas bolsas de valores, de ações de empresas com
Responsabilidade Social e Ambiental é o Índice Dow Jones de Sustentabilidade –
O DJSI foi lançado em Setembro de 1999 pela Dow Jones e a Sustainable Asset
Management (SAM), gestora de recursos na Suíça especializada em empresas
comprometidas com a Responsabilidade Social e Ambiental. O índice é formado por
23 critérios como governança corporativa, gestão de crises e riscos,
ecoeficiência, gestão ambiental etc. Atualmente 318 empresas no mundo fazem
parte deste seleto grupo, abrangendo 58 setores da economia e 24 países.
As empresas que integram a
lista do DJSI têm vários benefícios como:
·
Reconhecimento público da preocupação com a
área ambiental e social.
·
Reconhecimento dos stakeholders importantes
tais como legisladores, clientes e empregados.
·
Benefício financeiro crescente pelos
investimentos baseados no índice.
·
Os resultados altamente visíveis, internos
e externos á companhia,como todos os componentes são anunciados publicamente
pelo boletim do Índice e as companhias são estimuladas a usar o termo “membro
da etiqueta oficial de DJSI”, em suas campanhas publicitárias.
Verifica-se, portanto, que
as empresas estão cuidando dos aspectos sociais e ambientais e muitas delas têm
um maior ganho econômico e uma maior durabilidade em longo prazo, ou seja, o
risco do investidor é menor.
Seguindo a mesma linha, a
Bolsa de Valores de São Paulo criou seu índice de Sustentabilidade Empresarial-
ISE, o único no gênero na América Latina.
Relatório Versão 2012
Lançado dia 13
de Setembro – DJSI com 340 companhias, sendo que 41 foram
incluídas neste ano e 41 retiradas.
Entre as líderes
setoriais estão a Air France em viagens e turismo, a Repsol em petróleo e gás,
a Swiss RE em seguros, a Roche em medicamentos, a Siemens em produtos e
serviços, e o Itaú em serviços financeiros.
O destaque entre
as que entraram pela primeira vez no índice foi a Microsoft, e a saída mais
impactante foi a da IBM.
O grande
objetivo do índice seria permitir aos investidores a identificação de quais
companhias estão comprometidas com a sustentabilidade, assim como encorajar que
empresas se engajem na questão ao buscar se destacarem no mercado.
“Nos últimos
anos acompanhamos o crescente interesse por investimentos em longo prazo em
estratégias que incluem a sustentabilidade. Nosso índice, que agrega algumas
das maiores empresas do planeta, é uma importante referência para a indústria e
para investidores”, afirmou David Blitzer, presidente do Comitê que gerencia o
DJSI.
O índice avalia
e compara práticas de sustentabilidade empresarial, como gestão de recursos e
eficiência energética, para chegar a seus resultados. As 2.500 maiores
companhias do planeta, de acordo com a sua capitalização no mercado, são
convidadas a participar.
“A taxa de
adesão deste ano foi 8,4% maior do que em 2011. Vemos isso como um forte sinal
de que o reconhecimento da importância de integrar a sustentabilidade às
estratégias corporativas está crescendo. As companhias que participam de nosso
índice realmente enxergam os ganhos materiais de melhorarem suas políticas
ambientais”, declarou Guido Giese, presidente da SAM, empresa de consultoria
que coordena os métodos do DJSI.
Puro
marketing?
Esta foi uma
semana importante para a questão da sustentabilidade corporativa, pois além do
DSJI foi divulgado o Global 500 Climate Change, desenvolvido pelo Carbon
Disclosure Project (CDP) e pela PricewaterhouseCoopers (PwC), que avalia a
atuação empresarial com relação às mudanças climáticas.
Mas até que
ponto são importantes estes índices e rankings?
Existe com
certeza a busca por novos mercados e consumidores, como aponta o analista Marc
Gunther, do portal Greenbiz.com.
“Dinheiro real
acompanha o DJSI, que possui mais de US$ 6 bilhões investidos em seus diversos
produtos financeiros, como fundos mutuais. Então, quando a Microsft entra no
índice e a IBM sai (mesmo que não seja explicado o porque das duas decisões),
alguns investidores com certeza venderão ações da IBM para comprar da
Microsoft.”
Também é fato
que companhias com políticas duvidosas para o meio ambiente acabam conseguindo
espaço nesses rankings.
Um exemplo no
caso do DJSI é a Enbridge, uma empresa canadense de petróleo, que é mais
lembrada por ser responsável pelo vazamento de 20 mil barris de petróleo em um
rio no estado norte-americano de Michigan. Segundo o governo dos Estados
Unidos, o acidente aconteceu porque muitos aspectos de segurança no transporte
dos barris foram ignorados pela Enbridge.
Existem os que
argumentam que participar dessas listas é uma motivação a mais para agir.
“Rankings nos
ajudam a criar uma referência para nosso trabalho e facilitam a vida dos
investidores, que podem analisar as companhias conforme uma série de critérios.
Nesse sentido, o CDP e o DJSI são, na minha opinião, dois dos índices com mais
credibilidade, já que realizam uma análise minuciosa das empresas”, afirmou Dan
Bross, diretor de responsabilidade coorporativa da Microsoft, ao Greenbiz.com.
Ainda não há uma
resposta definitiva se os rankings de sustentabilidade são apenas ferramentas
de marketing ou se têm alguma utilidade, mas de qualquer forma as empresas
ainda estão distantes de serem conscientes ecologicamente.
“Mesmo com o
progresso ano a ano, a realidade é que o nível de ambição corporativa e
nacional de redução de emissões não está nem perto do que é exigido”, afirmou
Malcolm Preston, líder de sustentabilidade e mudanças climáticas da PwC.
Bibliografia:
Donato, Vitório, 2008
fonte: (Instituto CarbonoBrasil)
Rede Ambiental Made in Forest www.madeinforest.com
organizada para o blog por: Rogério Nogueira
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