PARANÁ E MATA ATLÂNTICA
NAS POLÍTICAS PÚBLICA.
Com informações da Agência de Notícias do Paraná - O Paraná será o
primeiro estado do país a incluir a elaboração dos Planos Municipais da Mata
Atlântica em sua política pública. A iniciativa, inédita no Brasil, será uma
parceria entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a Fundação SOS Mata
Atlântica e a Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente
(Anamma).
O secretário estadual
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, esteve na noite da
segunda-feira (08) com o diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata
Atlântica, Mario Mantovani, para formalizar a parceria.
A Fundação SOS Mata
Atlântica – juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente – irá capacitar os
técnicos e profissionais de todas as cidades do Paraná para que os municípios
possam elaborar e implementar seus planos, assumindo a competência da gestão
ambiental local.
De acordo com Mario
Mantovani, a inclusão dos Planos Municipais da Mata Atlântica na política
estadual do meio ambiente do Paraná representa um momento ímpar e demonstra uma
visão diferenciada do Governo em relação à questão ambiental.
“A Associação
Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente foi criada no Paraná pelo então
governador José Richa, ainda antes da Constituição. Esta atitude representou
uma virada na história do meio ambiente no Brasil, com a inclusão dos governos
estaduais e a criação de uma articulação nacional, modelo para o mundo”,
relatou Mario. “Então era natural esta aproximação da SOS Mata Atlântica com o
Paraná”, completou Mario.
serra do mar PR
O QUE É – No Paraná, todos os 399 municípios
estão inseridos na área do bioma Mata Atlântica. A Lei da Mata Atlântica
(11.428/2006) possibilita aos municípios inseridos no bioma atuarem
proativamente para sua proteção e recuperação. Os Planos Municipais da Mata
Atlântica deverão apontar ações prioritárias para conservação de áreas de mata
atlântica, com base em um mapeamento dos remanescentes do município.
“O plano também
contribuirá para o inventário florestal do Paraná, que começa a ser
desenvolvido para gerar informações detalhadas sobre as florestas paranaenses”,
informou o secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida.
Além disso, os planos
de Mata Atlântica, segundo Cheida, poderão fornecer informações para elaboração
dos planos diretores municipais, planos municipais de bacias hidrográficas, de
saneamento e de resíduos sólidos, contribuindo com o Programa Paraná Sem
Lixões.
Outro benefício para
os municípios, segundo Cheida, está relacionado à Lei Complementar 140, que
prevê a descentralização de atividades, que hoje competem aos órgãos ambientais
estaduais, para os municípios.
“A metodologia de
trabalho da SOS Mata Atlântica é simples e valoriza os técnicos locais na
elaboração dos Planos Municipais da Mata Atlântica, que também deverão ser
aprovados pelos Conselhos Municipais do Meio Ambiente”, conta Cheida.
Segundo o secretário,
após a conclusão dos planos, a próxima etapa será garantir que as medidas
compensatórias possam ir direto para os municípios. “É um instrumento que
estaremos colocando nas mãos da sociedade, tornando o processo eficaz e
constitucional”, finaliza Cheida.
Cenário – Mario Mantovani, da Fundação SOS Mata
Atlântica, acredita que esta é a possibilidade para o Paraná reverter um quadro
histórico de degradação de um dos biomas mais ameaçados do país. Ele lembra
que, por duas vezes consecutivas, o Paraná apareceu com os maiores índices de
desmatamento do país.
“Vamos dar subsídio,
orientação e acompanhamento para que o Paraná possa mudar o histórico de Estado
que um dia desmatou para o de Estado que recuperou a Mata Atlântica. Esta
iniciativa tornará o Paraná referência para os 17 estados que possuem Mata
Atlântica, bioma mais ameaçado do planeta”, resumiu Mantovani.
Ele informou que, até
o momento, todas as iniciativas de Planos da Mata Atlântica são dos municípios.
“A partir de agora, os Planos Municipais passam a ser uma política pública do
Estado, onde toda a sociedade ganhará. Isso é inédito”, comemorou Mantovani.
Benefícios – O coordenador de Biodiversidade e
Florestas da Secretaria do Meio Ambiente, Paulo de Tarso Lara Pires, disse que
os planos de Mata Atlântica também irão auxiliar no Cadastro Ambiental Rural
(CAR).
“É importante que
este levantamento seja realizado de forma executiva pelos municípios, que são a
célula principal no Sistema Nacional do Meio Ambiente. Já o Estado, deve ser o
gestor e o tutor das políticas ambientais e, a União, o grande fiscal destas
ações”, informou Paulo de Tarso.
O Cadastro Ambiental
Rural é a “carteira de identidade” do imóvel rural e o pré-requisito, de acordo
com o novo Código Florestal para obtenção de licenciamentos e autorizações
ambientais para quaisquer atividades econômicas, agropecuárias ou florestais.
Por: Monique Serrano.
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