segunda-feira, 20 de agosto de 2012

QUEM mora no COSTÃO?

QUEM mora no COSTÃO?
Aquelas rochas altas, localizadas próximas das praias, onde os pescadores costumam sentar para jogar o anzol e outras vão para apreciar a natureza são chamadas de costões rochosos. Grudados neles e ao seu redor, vivem muitos seres, desde peixes até algas e cracas. Para conhecer esse ambiente, você precisa prender a respiração, porque nós vamos dar um mergulho!!
 farol Ilha do Mel - Pr.


POR MONIQUE SERRANO – AMBIENTALISTA

Os animais e as plantas que vivem nos costões rochosos sofrem influência de vários fatores naturais, entre os quais estão o sobe e desce das marés e o bater das ondas.
Certamente, não é fácil viver em um ambiente que passa por alterações tão frequentes. Então, como esses seres conseguem resistir?
Em primeiro lugar os seres vivos só sobrevivem em um ambiente se estiverem adaptados a ele, por piores que possam parecer as condições de vida no local.
A subida e a descida das marés, por exemplo, provocam alterações diárias na vida de animais e plantas que habitam os costões.
O movimento de sobe e desce do nível de água no mar pode ser observado por qualquer pessoa da beira de uma praia – afinal, quando a maré sobe, a água avança, fazendo com que a faixa de areia fique mais estreita. Para os seres que vivem grudados nos costões, a hora da maré alta, ou preamar, é a hora de ficarem submersos. Só quando vier a baixa-mar, ou maré baixa, é que eles sairão novamente de baixo d’água .
Isso mostra que para habitar os costões é preciso estar adaptado á vida dentro e fora d’água.
Além disso, também é necessário resistir ao bater das ondas. Em alguns lugares, as condições de vento e de ondas são tranquilas, fazendo com que o ambiente seja pouco impactado.
Por outro lado, os costões expostos ao mar aberto costumam ter bastante impacto de ondas. Logo, para sobreviver nesses ambientes mais severos, os seres terão de ser fortemente adaptados – como os mexilhões, que desenvolvem fios resistentes para se fixar na rocha.
 mexilhões e cracas nas rochas.

A AÇÃO DO HOMEM NOS COSTÕES
Já vimos que a vida nos costões rochosos não é nada fácil por causa do sobe-e-desce das marés e do bater das ondas. Muitas vezes, além das dificuldades naturais, esse ambiente ainda sofre com um outro fator: a ação do homem.
Durante a maré baixa muita gente costuma retirar da rocha os organismos que ali vivem – como mexilhões, algas, cracas e pequenos carangueijos – para servirem de iscas na pescaria ou para apenas por curiosidade.

Essa ação continuada pode provocar a diminuição do número de indivíduos de uma determinada espécie ou mesmo a sua extinção local.
Há, também, outros problemas, como o acúmulo de lixo nos costões – deixado por frequentadores pouco educados – a até a destruição da própria rocha por diferentes motivos. Entre eles, está a remoção de pedaços por pessoas que querem levar para casa ouriços e outros moluscos ali grudados para servirem de enfeite.
Ora, ninguém precisa deixar de frequentar os costões. Só é necessário ter consciência de que esse é um ambiente onde a vida já é difícil por natureza e onde muitas relações entre animais e plantas são ainda desconhecidas do homem.
Isso faz dos costões um laboratório natural que deve ser preservado.
  
Bibliografia: APOLINÁRIO, Moacir, departamento de invertebrados, Museu Nacional, UFRJ.

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